[weglot_switcher]

Peso do Turismo na economia portuguesa em trajetória ascendente atinge 7%

A nova série de Conta Satélite do Turismo revela níveis de VAB e de consumo de turismo superiores aos apurados na série anterior, confirmando o aumento da relevância das atividades associadas ao turismo na economia nacional.
  • David W Cerny/Reuters
7 Dezembro 2017, 15h05

O Instituto Nacional de Estatística (INE, I.P.) retomou a publicação da Conta Satélite do Turismo (CST), apresentando agora resultados finais para 2014 e 2015 e uma primeira estimativa para 2016 de dois principais agregados da CST, o Valor Acrescentado Bruto gerado pelo Turismo (VABGT) e o Consumo do Turismo no Território Económico (CTTE).

Segundo os dados da CST, estima-se que, em 2016, o VABGT tenha atingido 7,1% do VAB da economia nacional, aumentando cerca de 10% em termos nominais. No biénio 2014/2015, o VABGT correspondeu, em média, a 6,6% do total do VAB (a preços base) da economia nacional e evidenciou um crescimento de 7,1% em 2015, superior ao do VAB nacional (3,6%).

Prevê-se que o CTTE, que resume a procura turística, tenha aumentado 5,8% em 2016 face ao ano anterior, representando 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB). No biénio 2014/2015, o peso do CTTE no PIB foi de 12,1%.

Em 2014/2015 o emprego nas atividades caraterísticas do turismo, medido em equivalente a tempo completo (ETC), representou, em média, 9,1% do total do nacional.

Média da despesa e impacto no PIB 

Os dados da CST mostram agora que a despesa do turismo recetor (despesa realizada pelos visitantes não residentes) foi a componente mais relevante do CTTE (61,5%), tendo aumentado 7,0% em 2015. A despesa do turismo interno (despesa realizada pelos residentes) e as outras componentes (que, em conjunto, representaram 38,5% do total do CTTE) cresceram 4,2%, em 2015.

Neste contexto, e cruzando com os dados também agora revelados do Inquérito ao Turismo Internacional, Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo sublinhou, ao Jornal Económico, o peso que os mercados dos EUA, Brasil e Ásia têm vindo a assumir, assegurando que há já algum tempo que t~em sido apostas na promoção e que continuarão a ser. “A nossa estratégia tem sido a diversificação de mercados. Por um lado, para não estarmos tão dependentes dos mercados tradicionais mas, por outro, para podermos trabalhar com os mercados que deixam mais valor em Portugal. tendo em conta não só o gasto per capita mas também o facto de viajarem nas alturas que mais nos interessam. E por isso temos feito uma forte aposta precisamente nos EUA, no Canadá mas também no Brasil e na Ásia, concretamente na China e na Coreia do Sul. E já em 2017, registamos um crescimento do mercado chinês para Portugal de 40%, de 60% do mercado brasileiro e de 45% do mercado americano”,salienta a secretária de estado.

Segundo o INE, focando a atenção apenas nos três produtos mais relevantes, que absorvem 68% da despesa destes visitantes (alojamento, restauração e transporte aéreo), estima-se que, por cada 100 euros de despesa, foram gerados adicionalmente 23 euros de PIB na restauração e bebidas, 22 euros no alojamento e 4 euros nos transportes aéreos, em 2015. O reduzido impacto neste último produto está associado ao facto de a maior parte do serviço ser prestado por companhias aéreas não residentes.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.