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Pestana assume queda nas reservas desde janeiro devido ao COVId-19

O maior grupo hoteleiro do país diz ao JE que o surto do Covid-19 tem resultado em abrandamento, cancelamentos e adiamentos de reservas. “Estamos preocupados e atentos às orientações da DGS e da OMS”, sublinhou grupo de Dionísio Pestana.
6 Março 2020, 10h57

A propogação do coronavírus fora da China acelerou em fevereiro e o primeiro caso em Portugal foi confirmado apenas esta semana, mas o nervosismo que está a afectar o setor do turismo começou há várias semanas, segundo o maior grupo hoteleiro português.

“Sente-se um impacto negativo desde janeiro que se traduz em abrandamento nas reservas e alguns cancelamentos, em especial de grupos”, afirmou fonte oficial do Grupo Pestana ao Económico Madeira (ver edição mensal que acompanha o JE). “Muitos deles não cancelam, em definitivo, mas adiam os eventos programados”.

“Desta forma, as unidades [no conjunto da rede nacional Pestana] mais afetadas são as que são mais procuradas para grupos, ou seja, as de cidade”, adiantou,

O Grupo Pestana, que originou na Madeira em 1972, tem e gere 100 hotéis em Portugal e no estrangeiro, que albergam 3,5 milhões de hóspedes por ano. Em 2019, o grupo registou volume de negócios consolidado de 450 milhões de euros, mais 12,5% face ao o exercício de 2018.

Presente em 15 países, tem mais de 12.000 quartos na Europa, África e América e uma equipa global de sete mil colaboradores, sendo o maior grupo hoteleiro multinacional de origem portuguesa.

O coronavírus, que já infectou quase 10 mil pessoas e matou mais de 3 mil, está no topo da agenda de grandes players do turismo, incluindo o Grupo Pestana.

“Estamos obviamente preocupados e atentos às orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), seguindo as diretrizes que têm sido transmitidas”, sublinhou fonte oficial do grupo liderado por Dionísio Pestana.

Explicou que, no entanto, “nesta fase o mais importante é manter a serenidade e convicção de que as entidades competentes estarão devidamente preparadas para dar uma resposta capaz, caso a situação se altere”.

Associação aguarda informação da DGS
A Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) afirmou esta terça-feira, no entanto, que continua à espera de respostas da DGS sobre a as determinações específicas para estabelecimentos hoteleiros.

Em comunicado, a AHP informou que teve uma reunião com a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, na qual e alertou para o facto de os estabelecimentos hoteleiros não serem empresas comuns.

“A verdade é que para os hotéis não há ainda uma orientação por parte da DGS e o compromisso foi fazê-lo, hoje ou amanhã”, esclareceu Cristina Siza Vieira, presidente da AHP.

Há procedimentos já recomendados relativamente à higiene e limpeza, explicou, adiantando, no entanto “quanto ao resto, os hoteleiros têm ainda muitas dúvidas como agir”.

Cristina Siza Vieira, salienta que se houver um ou dois hóspedes diagnosticados com o coronavírus sabem o protocolo a seguir, mas se o vírus estiver disseminado questionam se será possível o hotel entrar todo em quarentena como já aconteceu em Espanha.

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