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Petição da FENPROF para testar comunidade escolar já deu entrada na Assembleia da República

A Federação Nacional dos Professores antecipou para esta terça-feira a entrega, na Assembleia da República, da petição que reclama testes para toda a população escolar após obter número de assinaturas em tempo recorde.
  • José Sena Goulão/Lusa
12 Maio 2020, 13h37

A fasquia era reunir 4.000 assinaturas em quatro dias, a uma média de mil por dia, mas, ao final do terceiro dia (esta segunda-feira, dia 11), o número de subscritores atingiu as 4.500. O facto permitiu à Federação Nacional dos Professores (FENPROF) antecipar num dia a entrega da petição nos serviços da Presidência da Assembleia da República. Recorde-se que as petições, para serem debatidas em sessão plenária, terão de reunir mais de 4000 assinaturas.

Tal como O Jornal Económico noticiou este domingo, a recolha de assinaturas vai continuar, sendo as novas acrescentadas posteriormente e constando do abaixo-assinado a entregar ao  Governo.

A  FENPROF reclama a realização de testes a todos os alunos e professores  do ensino secundário que no dia 18 voltam aos bancos da escola, bem como a todos os envolvidos na educação pré-escolar, que também regressam à atividade este mês.

“A realização dos testes de despistagem da Covid-19 permitirá perceber se entre todos os que irão partilhar espaços nas escolas existem situações de infeção assintomática que, por via de contágio, poderão criar graves problemas de saúde a novos infetados, sejam membros da comunidade escolar ou seus familiares”, salienta a FENPROF, esta terça-feira, em comunicado. Ontem, a estrutura liderada por Mário Nogueira reuniu com o Ministério da Educação onde alertou para a necessidade de realização destes testes como condição para professores, trabalhadores não docentes, alunos e famílias.

Os testes permitirão tomar medidas adequadas para que o regresso às escolas se faça em condições de maior segurança, sustenta.

Em Portugal, destaca a FENPROF, o número de pessoas com infeção ativa continua a aumentar, ainda que a um ritmo mais lento do que anteriormente. “Com a reabertura de escolas, jardins de infância, creches, instituições de ensino especial e ATL, esse ritmo poderá acelerar, o que será tanto mais provável quanto menor for o conhecimento do estado de saúde da comunidade escolar”.

Por fim, a FENPROF lembra declarações recentes de responsáveis da Organização Mundial de Saúde “que veem com preocupação um processo que pode custar vidas humanas, lembrando que o conceito de imunidade de grupo tem origem na epidemiologia veterinária e considerando um “cálculo perigoso” a sua aplicação aos humanos”. Mário Nogueira recorda igualmente as palavras da ministra da Saúde, Marta Temido, que, há dois dias, reiterou que “a lógica, neste momento, passa por testar, testar, testar”. E conclui: “Por que deveria essa lógica passar ao lado das escolas e de toda a comunidade escolar?”

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