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Petição para banir telemóveis em escolas reúne mais de 6.700 assinaturas

“Viver o recreio escolar, sem ecrãs de smartphones” é o nome do abaixo-assinado que pretende alterar o Estatuto do Aluno.
1 Junho 2023, 12h29

A petição pública para proibir os alunos, a partir do 2º ciclo, de utilizarem o telemóvel tanto nas salas de aulas como nos intervalos reúne mais de 6.700 assinaturas ao meio-dia desta quinta-feira. O abaixo-assinado “Viver o recreio escolar, sem ecrãs de smartphones”, a favor da revisão do atual Estatuto do Aluno, propõe banir os smartphones nas escolas em prol da socialização das crianças e dos jovens nos recreios.

Na mensagem dirigida ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro, ao ministro da Educação e às direções das escolas em Portugal, os signatários apelam a que não se utilize quaisquer equipamentos tecnológicos nas aulas ou locais onde há atividades formativas nem se tire fotografias ou grave vídeos no recinto escolar, sem autorização prévia dos professores ou outros responsáveis.

“Numa altura em que vários países, e algumas escolas em Portugal, já avançaram com a tomada de decisão de proibir a utilização de telemóveis nas escolas, quer em espaços letivos como em espaços não letivos, os cidadãos abaixo-assinados apelam ao debate, com a finalidade de se rever o atual estatuto do aluno, onde nos parece faltar sensibilidade e coerência sobre o tema”, explicam os autores da petição.

É o caso, por exemplo, da Austrália, onde as escolas públicas do estado de Nova Gales do Sul vão proibir os smartphones ainda este ano. “Conheço muitos adultos que acham difícil concentrarem-se quando têm um telemóvel à frente, portanto não sei porque é que esperamos que as crianças tenham esse tipo de disciplina”, disse o líder do governo de Nova Gales do Sul.

Quando questionado sobre a proteção desses equipamentos eletrónico, durante as horas de aulas, Chris Minns, respondeu: “Pode ser tão simples quanto garantir que os telemóveis estão na mala do aluno e não podem ser retirados durante o dia escolar”, segundo as declarações divulgadas pela emissora australiana ABC News. Ou seja, as próprias mochilas ou até armários trancados seriam opções.

Por cá, a escola EB 2/3 António Alves Amorim, em Lourosa, foi uma das pioneiras. A instituição de Santa Maria da Feira implementou a medida em 2017 e, de acordo com uma reportagem da agência Lusa, a medida obteve aprovação “sem dificuldade” no conselho pedagógico, pelos docentes, sendo depois validada pelo conselho geral, no qual os pais e encarregados de educação se mostraram “muito a favor”.

Os promotores da petição nacional propõem que as escolas estejam equipadas com caixas, cacifos ou armários próprios, “onde, à primeira hora, os telemóveis sejam guardados e que no final da última hora, os alunos os recolham”, “Desta forma, os alunos continuam a poder contactar ou ser contactados pelos pais quando chegam à escola e passam a poder fazer atividades de recreio, mas sem utilizar o telemóvel”, defendem. “Para que socializem, conversem cara-a-cara e brinquem. Para que os casos de cyberbulling e contacto com conteúdos impróprios para a sua idade, diminuam”, lê-se ainda.

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