[weglot_switcher]

Petição pela “anulação imediata” da Festa do Avante conta já com mais de 16 mil assinaturas

Os promotores da iniciativa consideram que a festa anual organizada pelo Partido Comunista (PCP) deve ter um “tratamento igual” à dos festivais, que estão proibidos até dia 30 de setembro.
  • Mário Cruz/LUSA
2 Junho 2020, 12h08

A petição pública pela “anulação imediata” da Festa do Avante conta já com mais de 16.135 assinaturas, quatro vezes mais do que é necessário para que a iniciativa seja apreciada em plenário na Assembleia da República. Os promotores da iniciativa consideram que a festa anual organizada pelo Partido Comunista (PCP) deve ter um “tratamento igual” à dos festivais, que estão proibidos até dia 30 de setembro.

“Defendemos a proibição da realização da festa do Avante em 2020. À semelhança do que irá acontecer com todos os festivais e festas de Verão. Pelo tratamento igual de todos os Portugueses”, lê-se no texto da petição que acompanha a recolha de assinaturas online.

No final de maio, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou um diploma aprovado no Parlamento que impede a realização, até 30 de setembro, de festivais e espetáculos culturais e artísticos como medida excecional devido à pandemia da Covid-19. O chefe de Estado esclareceu, no entanto, que o diploma não proíbe os festivais de “iniciativa política”, como é o caso da Festa do Avante.

“Quer isto dizer que, se uma entidade promotora qualificar como iniciativa política, religiosa, social o que poderia, de outra perspetiva, ser encarado como festival ou espetáculo de natureza análoga, deixa de se aplicar a proibição específica prevista no presente diploma”, lê-se numa nota publicada no site da Presidência da República, após a promulgação do diploma.

A decisão recebeu críticas, sobretudo dos partidos à direita e de vários promotores de festivais. O PCP diz que a Festa do Avante não é um “simples festival de música” e garante que “não seria um drama” não se realizar este ano, devido à pandemia de Covid-19.

“Descansem as almas mais inquietas que isso não seria determinante para as nossas opções”, referiu o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, referindo-se a um eventual dano financeiro nas contas do PCP. “Estamos muito empenhados na realização daquele grande acto político, cultural, de festa, de música, arte, que demonstra que não é um festival. Não estaremos distraídos em relação à evolução que se verificará [do surto] nestes três meses e meio. Se as condições o permitirem naturalmente realizaremos a festa”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.