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Petróleo: Caixa BI acredita que procura vai manter preços baixos até 2022

No Relatório Mensal de Petróleo e Gás, os analistas sublinham que a subida dos preços do petróleo pressiona a procura e aumenta a atratividade da produção de petróleo de xisto norte-americano.
30 Janeiro 2018, 14h48

Desenvolvimentos geopolíticos e a diminuição na oferta de petróleo suportaram os preços da matéria-prima em janeiro. O valor do Brent e do WTI negociaram próximos de 70 dólares, sendo que, no mercado de futuros, os preços de novos contratos vão continuar a superar as ofertas anteriores pelo menos até 2022, segundo os analistas do European Securities Network, a que pertence o Caixa Banco de Investimento.

A possibilidade de Donald Trump abandonar o acordo nuclear com o Irão, o ataque a um oleoduto líbio e o encerramento forçado do Forties Pipeline System (ainda em dezembro) ajudaram a sustentar os preços durante o mês de janeiro.

Os analistas apontam para um aumento das posições longas, acompanhado de diminuição das curtas, o que indica que os investidores estão a apostar no longo prazo, com base na expetativa de subida dos preços. “Dados do ICE e NYMEX mostram um aumento na rede de posições especulativos longas nos futuros de Brent e WTI  e nos contratos de opções em janeiro em mais de 100 milhões de barris”, explica o Relatório Mensal de Petróleo e Gás para fevereiro.

Isto acontece numa altura em que “a tendência de subida dos preços do crude, que dura há cinco meses, falha em perder gás”. Assim, consideram que “a regressão completa do Brent e do WTI está em curso até 2022/2023”, ou seja, a subida gradual dos preços leva a que os contratos futuros negoceiem a um preço mais elevado na data em que expiram do que quando foram firmados, traduzindo a tal expetativa de subida dos preços do ativo subjacente, o petróleo.

No entanto, lembram que o aumento dos preços do petróleo tem duas consequências negativas, que consistem em pressão sobre a procura e no aumento da atratividade da produção de petróleo de xisto norte-americano.

Este ano, a Agência Internacional de Energia prevê que a procura por petróleo cresça em 1,3 milhões de barris por dia, uma desaceleração face aos 1,6 milhões estimados em 2017, “com os preços mais elevados presumivelmente a penalizarem a procura apesar da forte atividade económica global”, explica o relatório.

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