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Petróleo dispara mais de 7%

Na reunião da OPEP em Viena, os países membros pretendem alcançar um acordo para reduzir a produção e ajudar a dar suporte aos preços.
  • Sergei Karpukhin/Reuters
30 Novembro 2016, 11h55

Os preços do petróleo estão a disparar depois de os ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) terem demonstrado um tom positivo antes da reunião de Viena, esta quarta-feira. Apesar dos comentários positivos por parte dos membros mais importantes do cartel, como a Arábia Saudita, o resultado é ainda incerto.

Os documentos preparados para as negociações desta quarta-feira propõem que o cartel corte a produção em 1,2 milhões de barris por dia (bpd) face aos níveis de outubro, disse uma fonte da OPEP, citada pela Reuters.

Os documentos para a reunião também propõem que a Arábia Saudita reduza sua produção para 10,07 milhões de barris por dia, face aos 10,54 milhões de barris por dia em outubro, e que o Irão congele a sua produção em 3,797 milhões de barris por dia, adianta a Reuters citando a mesma fonte.

O ministro do Petróleo do Irão disse que a OPEP, deve chegar a um acordo sobre a produção esta quarta-feira, numa altura em que surgem sinais de que tanto Teerão como o Iraque procuram um compromisso que satisfaça a exigência da Arábia Saudita de que haja um corte coletivo.

O Irão disse aos restantes membros da OPEP que está disposto a restringir a produção no início de 2017, depois de recuperar a quota de mercado que perdeu durante os anos em que esteve sobre sanções do ocidente, informa o ‘WSJ’.

“Tenho boas expectativas para esta reunião”, disse o ministro do Petróleo do Irão, Bijan Zanganeh, acenando positivamente quando questionado sobre se algumas das propostas que circulavam na terça-feira eram aceitáveis para Teerão, informa o Wall Street Journal.

Nas negociações de última hora na terça-feira, o Iraque disse que pode reduzir a produção para garantir um acordo que aumente os preços.

O ministro da Energia da Arábia Saudita disse que está otimista em relação à reunião da OPEP, mas alertou que ainda continuam a existir divergências e que o mercado vai recuperar mesmo que não haja um acordo. Khalid al-Falih disse que um acordo para o corte de produção deve ser distribuído de forma justa entre os produtores de petróleo.

“Temos dois cenários: um é aceitável, o outro é excelente. Queremos o excelente, mas se não o conseguirmos, ainda temos uma recuperação aceitável do mercado”, disse antes da reunião. “Não estou preocupado com um cenário de não acordo.”

Al-Falih disse que, primeiro, a OPEC tem de tomar uma decisão sobre um acordo e, depois, contactar os produtores fora do cartel, como a Rússia. Um acordo “tem de envolver a OPEP e países fora da OPEP. Mas antes de assumirmos um acordo com [países] fora da OPEP, precisamos de garantir que a OPEP está alinhada”, disse, citado pelo ‘WSJ’

Embora os preços do petróleo estejam a disparar com expectativas de um acordo na reunião da OPEP sobre o corte da produção, Bjarne Schieldrop, do SEB, prevê que não vai haver um acordo na reunião desta quarta-feira em Viena. Schieldrop argumenta que as questões em torno da produção do Irão e do Iraque não se resolvem numa reunião de 14 individualidades depois de seis meses a discutir.

As expectativas de um acordo levaram os preços do petróleo a disparar, com os futuros do Brent a valorizarem 7,25% para 50,74 dólares por barril. O barril de crude avança 7,10% para 48,44 dólares.

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