Petróleo russo está a ser negociado ao largo da Madeira em águas internacionais e em manobras arriscadas que podem trazer consequências ambientais.
A transação teve lugar no final de maio, poucos dias antes da União Europeia aprovar o embargo de petróleo russo.
O petroleiro Zhen I transferiu a sua carga para o superpetroleiro Lauren II em pleno oceano Atlântico, 300 milhas náuticas a oeste da Madeira, a 100 milhas de distância das águas nacionais entre 26 e 27 de maio.
A revelação foi feita pela “Bloomberg” que destaca que esta é uma forma pouco usual de vender petróleo. Os russos estão a usar novos métodos (afastam-se da Europa e dos embargos) para vender o seu petróleo. Este tipo de transferência costuma ter lugar em águas mais calmas e perto da costa, e não em pleno mar alto, aumentando assim o risco de derrames.
O mesmo tipo de transferência – de um navio mais pequeno para um maior – já teve lugar em várias localizações (Dinamarca, no Mediterrâneo a norte de Ceuta e no Mar do Norte ao largo de Roterdão), mas esta é a primeira transferência vista em mar alto.
O Zhen I regressou ao Mar Báltico onde vai carregar mais petróleo no porto russo de Primorsk em meados de junho. Já o Lauren II está a navegar no meio do oceano Atlântico, possivelmente aguardando por mais petróleo, segundo a “Bloomberg”. O Lauren II tem três vezes o tamanho do Zhen I, uma escolha mais sensata para transportar o petróleo para distâncias maiores.
As refinarias europeias já estão a aplicar o embargo ao petróleo russo, obrigando os produtores do país de Putin a viajarem mais para colocarem o crude, como a Índia ou a China.
As vendas de petróleo no meio do oceano Atlântico podem começar a tornar-se mais comuns para a Rússia tentar vender o excedente de crude.
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