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Petrolífera moçambicana ENH contrata consultoras para angariar 2 mil milhões

A angariação de 2 mil milhões de dólares é uma razões que explica o aumento da previsão do FMI para o endividamento de Moçambique este ano, que passa de 110,1% para 116,6% do PIB.
  • Maputo, Moçambique
27 Abril 2018, 13h53

Com o objetivo de angariar 2 mil milhões de dólares (cerca de 1,65 mil milhões de euros) para financiar a sua quota nos projetos de gás natural, a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique (ENH) contratou as consultoras Lazard Frères, Lion’s Head Global e Societe Generale.

Em entrevista à agência de informação financeira Bloomberg, o diretor da ENH reconheceu que a angariação de capital “é extremamente urgente” e vincou que esta ida aos mercados pode desbravar caminho para outras empresas voltarem a ter financiamento internacional.

A ENH vai começar os contactos com os investidores num ‘road show’ em várias regiões, incluindo a Ásia, o Médio Oriente e a África do Sul, acrescentou Omar Mitha na entrevista à Bloomberg.

A Lazard, que já está a aconselhar juridicamente o Governo de Moçambique na renegociação das dívidas ocultas, vai também dar assistência legal ao financiamento da sua parte do projeto de gás natural da petrolífera norte-americana Anadarko, e a Societe Generale vai também ajudar no financiamento.

A Lion’s Head, acrescentou o responsável, será a consultora responsável pelo aconselhamento da ENH na participação no projeto que a petrolífera italiana Eni está a desenvolver no país.

A ENH tem uma quota de 10% no projeto da Eni, na Área 4, e de 15% no projeto da Anadarko, na Área 1, sendo que a participação da estatal moçambicana é essencial para o desenvolvimento dos projetos.

A ENH tinha inicialmente previsto recorrer aos parceiros dos projetos para financiarem a sua quota parte de investimento, já que não conseguiu angariar a verba no final de 2014 devido à descida do preço das matérias primas e consequente deterioração das condições de mercado.

Desde então, os mercados financeiros recuperaram, e a ENH considera que os investidores vão encarar os projetos como sendo menos arriscados, uma vez que já houve decisões finais de investimento e os preços do gás natural voltaram a subir.

A contratação dos conselheiros financeiros foi feita com recurso a verbas do Banco Mundial, ao abrigo da Assistência Técnica para o Projeto de Gás e Minas de Moçambique, concluiu Mitha.

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