Qualquer semelhança com o caso português, a haver, não é mera coincidência: o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, do partido OS Verdes, está a ser pressionado pelos democratas-cristãos da CDU e pelos liberais do FDP para explicar porque é que parte das decisões de diminuir o preço dos combustíveis para os consumidores está a servir pera ‘engordar’ os lucros da petrolíferas.
Apenas uma parte do desconto decidido chega ao consumidor, com o restante a chegar aos cofres das petrolíferas, o que levou, segundo a impresa alemã, FDP e CDU a pedirem, ao ministro da Economia que confronte as petrolíferas e que, por outro lado, não se esqueça que o esforço deve ser dirigido para a diminuição da fatura energética das empresas.
Segundo as mesmas fontes, os preços do gasóleo e da gasolina continuam elevados apesar do desconto decidido no início de junho, mas as petrolíferas não estarão a passar essa redução de preço para os seus clientes.
O assunto está a gerar controvérsia, até porque, se a CDU é a líder da oposição, a FDP é parceira da coligação do governo e o assunto tem todos os ingredientes para ser mais uma dor de cabeça política para o chanceler alemão Olaf Sholz.
“O ministro Habeck deve pressionar e garantir que o alívio tenha o efeito desejado”, disse o líder do grupo parlamentar do FDP no Bundesbank, Christian Dürr, ao jornal “Bild” – sendo que foi este partido a introduzir a ideia.
Jens Spahn, da CDU, também pediu ao ministro que avance para o confronto: “o desconto, no valor de milhões, escoa. Ordenar que as multinacionais do sector do petróleo relatem o que se está a passar é o mínimo que o ministro da Habeck pode fazer.
O ministro da Economia do Estado da Saxónia-Anhalt, Sven Schulze (também da CDU), fez uma declaração semelhante: “agora, Robert Habeck tem que convocar as multinacionais do petróleo. O roubo de cidadãos nos postos de gasolina não deve continuar. O ministro da Economia da Baixa Saxónia, Bernd Althusmann (CDU), disse o mesmo.
O combustível voltou a ficar significativamente mais caro após a redução de preços causada pelo corte de impostos que entrou em vigor em 1 de junho. Um litro de diesel é agora apenas 3,2 centavos mais barato que no dia anterior à redução do imposto, sendo que o preço foi reduzido em 16,7.
O ministro federal das Finanças, Christian Lindner (da FDP), alertou contra o que disse serem “julgamentos precipitados. Ainda não é possível dizer se lucros excessivos estão a ser obtidos pelas petrolíferas”, disse, citado pelo jornal “T-online”. Antes de ficar evidente que esse o problema, o assunto deve ser analisado pelo Gabinete Federal Anti-Cartel.