A economia norte-americana registou o segundo trimestre consecutivo de crescimento negativo, tendo visto o PIB recuar 0,9% no segundo período do ano, o que coloca o país num cenário de recessão técnica.
No primeiro trimestre do ano, o PIB norte-americano havia recuado 1,6%, seguindo-se agora nova descida numa análise em cadeia e anualizada. Apesar de se temer este resultado, os analistas projetavam um avanço de 0,3% no indicador, o que afastaria, por enquanto, os medos de uma recessão na maior economia do mundo.
A pressão causada pela inflação ditou, no entanto, um desfecho diferente, com a subida de preços a condicionar o consumo das famílias americanas, que vinha dando um forte impulso ao crescimento nos últimos meses antes da invasão da Ucrânia pela Rússia. Este evento geopolítico exacerbou algumas tensões nas cadeias de fornecimento globais, agravando as perturbações causadas pela crise logística que se vinha vivendo já desde o ano passado.
Por outro lado, a subida rápida dos juros diretores também terá um impacto na economia real, embora o presidente da Fed, Jerome Powell, tenha indicado esta terça-feira que não crê que os efeitos da política monetária já se estejam a fazer sentir na atividade económica do país.
Ainda assim, a nota do Gabinete Federal de Estatísticas norte-americano explica que o PIB caiu menos neste segundo trimestre devido a uma recuperação das exportações e a um decréscimo menor do que o verificado no primeiro trimestre nos gastos do governo federal.
Já o índice de preços de gastos de consumo (PCE) do PIB avançou novamente, chegando a 8,2%, enquanto o PCE geral se manteve nos 7,1%, o valor registado para o primeiro trimestre. Este é um dos indicadores de preferência da Reserva Federal na análise que faz dos preços nos EUA.