Entre abril e junho, a economia portuguesa recuou 0,2% em cadeia, por efeito da contração da procura interna, revela a nota divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Já em termos homólogos, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional cresceu 6,9%, mas essa variação, avisa o gabinete de estatísticas, reflete, pelo menos, em parte um efeito de base, na medida em que no segundo trimestre de 2021 estavam em vigor medidas de combate à crise pandémica, que acabaram por condicionar a atividade.
“Comparando com o primeiro trimestre de 2022, o PIB diminuiu 0,2% em volume, após um crescimento em cadeia de 2,5% no trimestre anterior, em resultado do contributo negativo da procura interna para a variação do PIB”, explica o INE, no destaque publicado esta manhã.
Por outro lado, a procura externa líquida aumentou, entre abril e junho, contribuindo de modo positivo para a economia. Tal reflete, salienta o gabinete de estatísticas o “crescimento em cadeia em mais acentuado das exportações de bens e serviços que o da importações de bens e serviços”.
Na mesma linha, mas no que diz respeito ao crescimento do PIB de 6,9% face ao trimestre homólogo de 2021, o INE dá conta de que o contributo da procura interna diminuiu, enquanto o da procura externa líquida aumentou.
“O contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu no segundo trimestre, verificando-se um crescimento menos acentuado do consumo privado e do investimento”, sublinha o gabinete de estatísticas. E acrescenta: “o contributo positivo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB aumentou, em resultado da aceleração mais acentuada das exportações de bens e serviços que a verificada nas importações de bens e serviços.”
De notar que, no segundo trimestre, os preços implícitos nos fluxos de comércio internacional registaram uma subida significativa, “tendo-se registado uma maior aceleração nas exportações devido às componentes de serviços, determinando uma perda dos termos de troca menos intensa que no trimestre anterior”, realça ainda o INE.
É importante realçar que, no destaque publicado esta manhã, o gabinete de estatísticas reviu em baixa de 0,1 pontos percentuais o crescimento (em cadeia e homólogo) verificado no primeiro trimestre, depois de ter incorporado mais informação sobre o comércio internacional de bens nos seus cálculos.
Para o conjunto do ano, o Governo estima um crescimento do PIB de 4,9%, idêntico ao do ano passado. A previsão do Executivo de António Costa é, contudo, das menos otimistas, já que, por exemplo, a Comissão Europeia projeta um crescimento do PIB português de 6,5% e o Banco de Portugal antecipa um aumento de 6,3%.
(Notícia atualizada às 10h11)
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