O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) criticou o atual ministro das Infraestruturas, João Galamba, notando que este não tem capacidade para gerir o dossiê da TAP.
Em declarações à “CNN Portugal”, Tiago Faria Lopes, acusa Galamba de “não estar preparado para ter mãos dossiê TAP”, criticando o comportamento do ministro após este abandonar a reunião com a estrutura sindical ao dia de ontem.
“O que conseguimos saber e foi factual, é o que senhor ministro não está preparado para ter em mãos a TAP, que é um dossiê muito importante, uma questão de soberania e por uma questão económica-financeira para o próprio país”, destacou o presidente do SPAC.
“O próprio grupo TAP contribui com 300 milhões de euros para os cofres do Estado, emprega mais ou menos 100 mil pessoas direta e indiretamente. Portanto, é um dossiê muito importante para ser tratado de forma leviana como foi por uma figura do Estado”.
Referindo-se à reunião de sexta-feira, que Galamba terminou e abandonou de forma abrupta. “Um ministro que abandona uma sala de forma inaudita, que deixa toda a agente incrédula, não está no seu melhor dia. Um ministro não pode ter esse tipo de comportamento”, referiu à televisão.
Sobre a reunião, que aconteceu no Ministério das Infraestruturas, o porta-voz dos pilotos apontou que o “ministro disse que não tem nada a ver com a gestão da companhia, até porque a companhia, supostamente, ia dar resultados históricos positivos, recordando que nunca deu devido à massa salarial de todos os trabalhadores, nomeadamente dos pilotos”.
A conversa entre Galamba e os pilotos aconteceu depois do “Correio da Manhã” noticiar que a TAP ia apresentar lucros superiores a 140 milhões de euros em 2022, um valor que não foi confirmado ou desmentido pela companhia aérea, remetendo os valores para março.
Nas mesmas declarações, Tiago Faria Lopes enumera algumas companhias que aumentaram a massa salarial da empresa, nomeadamente para os pilotos, e que vão apresentar lucros.
Ainda assim, o porta-voz notou que saiu algo positivo da reunião: “a gestão da TAP e a negociação com os sindicatos está com administração, o que não estava com o seu antecessor”. “A administração sabe perfeitamente que o Acordo Temporário de Emergência, com as condições que está a dar aos pilotos e aos restantes trabalhadores não serve para a companhia. Deu-nos essa carta branca, que o antecessor não tinha dado até então. Ficamos satisfeitos nesse campo, mas muito preocupados com o futuro da TAP”, apontou, referindo-se a Pedro Nuno Santos.