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Pinheiro do Chile é a solução mais resistente para aumentar produção florestal em Portugal

Este estudo da Sonae Arauco teve como objetivo avaliar a resiliência de espécies e proveniências de pinheiro e concluiu que o pinheiro-radiata, originário do Chile, demonstrou ser potencialmente mais resiliente do que outras espécies/proveniências de pinheiro-bravo em diferentes tipologias de solos e ambientes.
19 Janeiro 2022, 21h30

Os resultados preliminares de um projeto de I&D – Investigação & Desenvolvimento florestal da Sonae Arauco sugerem que o pinheiro-radiata do Chile poderá ajudar os produtores florestais nacionais a aumentar significativamente a sua produção.

Este estudo da Sonae Arauco teve como objetivo avaliar a resiliência de espécies e proveniências de pinheiro e concluiu que o pinheiro-radiata, originário do Chile, demonstrou ser potencialmente mais resiliente do que outras espécies/proveniências de pinheiro-bravo em diferentes tipologias de solos e ambientes.

“Os resultados preliminares do Projeto de Investigação & Desenvolvimento (I&D) florestal da Sonae Arauco iniciado em 2020 sugerem que as plantas de pinheiro-radiata provenientes do Chile têm, no contexto português, maior resiliência”, assegura um comunicado da empresa.

Segundo Nuno Calado, Wood Regulation & Sustainability Manager da Sonae Arauco, “os resultados são ainda preliminares, mas bastante promissores”.

“O pinheiro-radiata proveniente do Chile teve um desempenho muito positivo em todos os ambientes e solos onde decorre o ensaio, e mostrou mesmo ser mais resiliente do que outras espécies/proveniências de pinheiro já introduzidas em Portugal”, afirma este responsável da Sonae Arauco, uma das maiores empresas mundiais de soluções derivadas de madeira.

De acordo com os responsáveis da Sonae Arauco, “em qualquer das situações – solo e clima – existem famílias de pinheiro-radiata do Chile testadas que possuem sempre um desempenho superior ou equivalente, isto é, que apresentaram menores taxas de mortalidade (caso das areias) ou mortalidade zero (caso dos solos de granitos e xistos), relativamente às restantes espécies/proveniências”.

Nuno Calado assegura que, “ao que tudo indica, e apesar de estes serem ainda resultados preliminares, esta espécie de pinheiro poderá ajudar os produtores florestais a aumentar significativamente a sua produção, contribuindo para inverter a tendência de decréscimo da área plantada em Portugal”.

Os responsáveis da Sonae Arauco adiantam que, “no pinheiro-bravo não se verificaram diferenças significativas de mortalidade entre proveniências de Portugal e França, com exceção dos solos arenosos, onde a proveniência portuguesa teve melhor desempenho”.

“É também de salientar a elevada capacidade de adaptação destas duas proveniências aos solos de granitos e xistos, onde a mortalidade foi residual”, assinala o referido comunicado, acrescentando que “as futuras avaliações de crescimento, em complemento à sobrevivência/adaptação, permitirão identificar que família ou proveniência de pinheiro-bravo ou pinheiro-radiata é mais adequada para cada local”.

A Sonae Arauco assegura já ter investido mais de 150 mil euros num projeto que envolve mais de 200 mil sementes de pinheiro-bravo e de pinheiro-radiata de diferentes famílias (136, no total) e proveniências (Portugal, Espanha, França e Chile) e pretende testar e comparar o comportamento das plantas em diferentes condições de solo e clima em Portugal.

“Numa primeira fase, cem mil sementes cresceram no viveiro do Furadouro (Altri Florestal), em condições idênticas. Depois, 21.600 pinheiros foram plantados em seis locais diferentes, numa área total de 24 hectares, do Centro e do Norte de Portugal: na Figueira da Foz, em Pombal, Mangualde, Arouca e Ribeira de Pena, em zonas litorais e interiores, em áreas com solos de areias, de xistos e granitos”, revela o comunicado em questão.

O documento prossegue, referindo que, “no verão de 2021, iniciou-se a repetição de todo o processo, com o objetivo de eliminar o efeito do clima nos resultados obtidos no primeiro ano: nova fase de sementeira, com mais cem mil sementes”, aduzindo que, “tal como aconteceu no primeiro ano, as plantas serão posteriormente transferidas para as zonas de ensaio”.

“Em abril de 2022, será realizada uma avaliação relativa ao crescimento individual de cada árvore, iniciando o processo de identificação das famílias e proveniências com maior produtividade”, prometem os responsáveis da Sonae Arauco, explicando que “as famílias, proveniências e espécies que forem selecionadas no final do projeto serão reproduzidas em escala, de modo permitir aos produtores florestais em Portugal o acesso a plantas de elevada qualidade genética e produtividade, contribuindo para um aumento da rentabilidade da cadeia de valor do pinheiro”.

A Sonae Arauco lançou este projeto numa tentativa de apoiar o desenvolvimento da floresta nacional e de procurar contrariar a tendência de declínio do pinheiro-bravo registada nas últimas décadas em Portugal, assim como contribuir para alinhar a disponibilidade de matéria-prima com a previsão de uma procura cada vez maior do mercado por soluções sustentáveis, como a madeira.

A Sonae Arauco nasceu de uma ‘joint-venture’ entre a Sonae Indústria e a Arauco. Atualmente, a empresa conta com cerca de 2.600 funcionários em nove países (Portugal, Espanha, Alemanha, África do Sul, Reino Unido, França, Holanda, Suíça e Marrocos), 20 unidades industriais e comerciais e comercializa os seus produtos em cerca de 80 países.

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