A China registou o pior resultado no crescimento económico desde há 40 anos. O quarto trimestre foi atingido pelas restrições Covid, as políticas de ‘zero Covid’ do país, fechando as fronteiras e bloqueando cidades inteiras e pela crise no mercado imobiliário.
Segundo dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatística (GNE), o PIB cresceu mais 2,9% no último trimestre no ano face ao anterior, mas teve um crescimento mais lento que no terceiro trimestre de 2022 (3,9%). A abertura de fronteiras e o levantamento das restrições Covid podem vir a impulsionar o crescimento económico da China, mas também foram medidas que aumentaram o número de mortos pelo vírus que levou ao fecho do mundo em 2020.
No entanto, este crescimento de PIB ficou aquém da meta de 5,5% e do crescimento em 2021 de 8,4%. Excluindo o ano de 2021, onde o PIB cresceu apenas 2,2%, por ter sido o ano mais afetado pelo vírus, este é o pior resultado registado pelo país desde 1976, ano da última Revolução Cultural Chinesa.
O sector imobiliário é um forte mercado na China, e está em crise neste momento, também as exportações diminuíram, uma vez que a procura por produtos chineses na Europa e nos Estados Unidos abrandou, devido a um aumento das taxas de juro para combater as altas taxas de inflação.
“O ano de 2023 na China será acidentado, não teremos apenas de enfrentar a ameaça de novas ondas de Covid-19, mas o agravamento do mercado imobiliário residencial do país e a fraca procura global pelas suas exportações serão travões significativos”, apontou Harry Murphy Cruise, economista da Moody’s Analytics, à “Reuters”.
China regista primeiro declínio populacional
O ano de 2022 foi o ano em que a China registou o primeiro declínio populacional em mais de 60 anos, esta diminuição contribuiu para a desaceleração da economia. Uma população de 1,411 bilhões registou uma queda de 850 mil pessoas.
O aumento das mortes por Covid, segundo economistas, pode prejudicar o crescimento a curto prazo da economia.