[weglot_switcher]

2050: oceanos vão ter mais plástico do que peixes

Em Davos, a Fundação Ellen MacArthur apresentou um estudo que alerta para o elevado número de poluição nos mares. O relatório estima ainda que a produção de plásticos duplique nos próximos 20 anos e quase quadruplique até 2050.
27 Janeiro 2017, 12h21

O Fórum Económico Mundial de Davos é conhecido por ser uma cimeira de líderes mundiais nas áreas da economia e política. Instantemente associado a um encontro financeiro, este ano confirmou ser mais bem mais do que isso. Tecnologia, startups ou ambiente foram alguns dos temas para os quais as figuras internacionais viraram a sua atenção.

A Fundação Ellen MacArthur aproveitou a ocasião apresentar um estudo sobre o impacto ambiental da quantidade de plásticos nos oceanos. A investigação concluiu que todos os anos “pelo menos oito milhões de toneladas de plásticos são atiradas ao mar, o que equivale a despejar o conteúdo de um caminhão de lixo no oceano a cada minuto”.

De acordo com o relatório, a produção de plásticos aumentou vinte vezes desde 1964, atingindo 311 milhões de toneladas em 2014 e estima-se que duplique nos próximos 20 anos e quase quadruplique até 2050.

“Num cenário normal, o oceano deverá conter uma tonelada de plástico por cada três toneladas de peixe em 2025 e, em 2050, mais plásticos que peixes [por peso]”, pode ler-se no documento, citado pelo jornal britânico “The Guardian”.

Os cientistas também descobriram que há inúmeros fragmentos pequenos que acabam por ficar no fundo dos oceanos. O impacto ambiental e na saúde desta situação permanece desconhecido e, sobre o assunto, o estudo diz que a indústria de plásticos não resolve a questão.

Martin Stuchtey, um dos responsáveis pela investigação, afirmou ao diário que é necessário haver inovação na produção do produto, dado que “os plásticos são o material de trabalho da economia moderna”, têm “propriedades invioláveis”, contudo, são também um material “de uso único”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.