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Players veem Insurtech como colaborativas e não disruptivas

Para os principais ‘players’ do setor, as ‘insurtech’ têm um papel incontornável no desenvolvimento dos seguros e na definição das estratégias para o futuro.
28 Junho 2018, 11h59

As insurtechs e o seu papel no setor segurador em Portugal estiveram em destaque no Fórum Seguros 2018 promovido pelo Jornal Económico e a PwC, a decorrer no Hotel Ritz, em Lisboa. São, na sua essência, prestadores de serviços que “posteriormente também assumem  um papel de angariação de produtos”, começou por enquadrar João Machado Mota, administrador da Associação Fintech e Insurtech Portugal (AFIP), acrescentando ainda que o seu papel não é o de desafiar o setor mas sim colaborar com ele e com diversos players deste universo.

As insurtech assumem uma relevância crescente no setor segurador, em Portugal, num cenário de cooperação e apoio, na ótica de David Dourado, CEO da Botly. A seu ver, as principais vantagens passam essencialmente pelo contributo para a transparência, o que vem enriquecer a relação das seguradoras com os seus clientes; pelo facto de as insurtech terem, na sua maioria, a capacidade de estar um passo à frente em matéria de tecnologia, o que se traduz numa visão mais abrangente. Destaque ainda para o quanto este poder de análise veio potenciar ferramentas como a comparação da oferta existente permitindo “afinar” os preços praticados.

O contexto das insurtech reflete assim uma “visão de ecossistema”, sublinha José Figueiredo, diretor geral da ComparaJá.pt. Neste portal é possível construir uma oferta de seguros com base nas reais necessidades dos clientes, encontrando soluções cada vez mais personalizadas, potenciadas pela tecnologia (da Inteligência Artificial aos Chatbots), que dominam e colocam ao serviço do setor numa filosofia de “trazer valor acrescentando para o negócio”, reforçou ainda o responsável.

Corroborando a ideia de que as insurtech desenvolvem o seu trabalho num ambiente de partilha, Bibi Sattar Marques, partner da BlueCrow Capital, frisou ainda tratar-se de uma área de grande interesse para os investidores que valorizam as mais recentes tendências, as quais fornecem produtos e serviços totalmente criadas em resposta às exigências que vão surgindo no mercado e em resposta a consumidores que revelam igualmente uma maior exigência.

Diante deste contexto, o novo setor é, na sua opinião, cada vez mais atrativo, com os investidores disponíveis para acompanhar o empreendedorismo em Portugal. Contudo, o nosso país está ainda a fazer o seu caminho, numa Europa que tem já um desempenho “assinalável”, sobretudo na Inglaterra, mas, continua a ser nos Estados Unidos que os maiores passos são dados.

A responsável deu nota de que em 201o os valores rondavam os 135 milhões de euros e em 2017 já ultrapassavam os 2 mil milhões de euros. “É claramente um cluster, envolvendo seguradoras, associações e outros organismos, com enorme potencial, uma oportunidade, particularmente para o venture capital“, disse.

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