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PMI recua mas indústria europeia mostra sinais de abrandamento das disrupções no abastecimento

A expectativa para o início de 2022 continua a ser de um abrandamento do crescimento, mas a indústria da zona euro dá alguns sinais de menores disrupções logísticas, o que poderá significar menos pressão para a subida de preços. Ainda assim, as ameaças persistem.
24 Janeiro 2022, 17h50

O índice de gestores de compras (PMI) referente à zona euro em janeiro abrandou ligeiramente em relação à leitura anterior, caindo de 53,3 em dezembro para 52,4, mas a economia mantém-se em zona de crescimento e parece ter aguentado o impacto da variante Ómicron e da reimposição de medidas restritivas no final de 2021.

A leitura de janeiro foi a mais baixa desde fevereiro passado, ou seja, atingiu mínimos de quase um ano, e ficou abaixo do valor médio estimado pelos analistas, que a Reuters cifrava em 52,6. Ainda assim, o subindicador referente à manufatura até cresceu, passando de 53,8 para 55,8. Por outro lado, a descida nos serviços, que recuaram de 53,1 para 51,2, acabou por impactar o resultado do índice composto.

A indústria mostrou alguns sinais de ultrapassar parte das dificuldades dos últimos meses, especialmente no que toca às perturbações das cadeias de logística globais, com as empresas deste sector a referirem menos falta de inputs críticos e menores atrasos nas encomendas. No entanto, as perspetivas globais para os próximos meses ainda não são as melhores, com vários analistas a apontarem para um abrandamento do crescimento na zona euro.

A melhoria na manufatura poderá contrabalançar parte das perdas decorrentes das dificuldades nos serviços, além de conter parcialmente o fenómeno da inflação, à medida que se diluem as disrupções logísticas. Assim, a expectativa do grupo de análise económica e financeira do Banco ING destaca que a onda de infeções causada pela Ómicron deverá ter um impacto mais reduzido na economia europeia do que vagas anteriores.

Esta noção pode ser colocada em causa pela política ‘Covid Zero’ aplicada pelo Governo chinês, que ameaça mais confinamentos e a subsequente interrupção da atividade económica em regiões fulcrais para o comércio internacional, destaca a análise da Pantheon Macro.

Acrescenta o think-tank, caso se mantenha a subida de preços na zona euro – algo provável, dado o pico no subíndice referente aos preços dos outputs, que chegou em janeiro a 62,0 -, a economia da moeda única “mantém-se em linha para preencher duas das três condições para o BCE subir taxas de juro no próximo ano”.

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