Depois de ultrapassado o susto, esta é a pergunta que todos colocam agora: poderá Casillas voltar aos relvados depois de ter sofrido um enfarte do miocárdio no treino de quarta-feira do FC Porto?
Em declarações ao “Porto Canal”, Nelson Puga, médico da equipa portista explica que “é muito cedo para nos pronunciarmos pois vai depender de muitos fatores, desde a medicação, da avaliação que terá de ser feita não apenas em situações de repouso, mas em stress de exercício físico e também da vontade que ele tem de continuar a fazer este tipo de atividade”.
O médico refere que “só depois de ponderados estes fatores, com calma e diálogo, é que se vai decidir se ele continua, se quer continuar”, assegurando que Casillas “vai ficar perfeitamente recuperado, isso temos quase toda a certeza”.
Por sua vez, Carlos Cutropia, empresário do guarda-redes, afirmou a uma rádio espanhola que por vontade de Casillas “teria saído do hospital esta tarde [ontem]. Ele é um lutador. Porque é que não voltaria a jogar? Mas, agora não é isso que importa. O importante é que ele está bem. Essa é a maior vitória da vida dele. Estou mais feliz do que quando ele ganhou o Mundial”.
Carlos Cutropia salientou que Iker Casillas”nunca desmaiou. Mas não sabia o que lhe estava a acontecer. Ele não sabia que tinha um enfarte agudo do miocárdio”, até porque “nunca tinha tido um sintoma antes. Ele faz uma vida saudável e calma”.
Quem não tem dúvidas sobre o ponto final na carreira futebolística do guarda-redes são os médicos especialistas na área de cardiologia. O ex-médico da seleção espanhola de basquetebol, Juan Antonio Corbalán, em declarações à “TVE” na quarta-feira assumiu que Casillas não tem qualquer condição para voltar a jogar sem colocar em risco a sua vida.
“Não se pode jogar futebol com um ‘stent’ (um tubo que serve para manter aberto um vaso ou artéria), muito menos um guarda-redes. O Iker [Casillas] vai conseguir voltar a fazer a sua vida normal, mas não jogará desporto a nível profissional”.
Já esta quinta-feira Ovídio Costa, cardiologista e ex-diretor do Centro de Medicina Desportiva do Porto, questionado pelo jornal “O Jogo” se Iker Casillas poderá voltar a jogar futebol, sublinhou que “não é muito fácil que alguém o aconselhe a uma retoma rápida. Mesmo que corra bem, Casillas ficará com medicamentos antiagregantes plaquetários que depois são contraindicação para uma prática desportiva onde os traumatismos são frequentes”.
O especialista relembra que “no futebol é frequente haver um traumatismo de uma cabeça, pontapé ou queda. Voltar depressa não faz sentido, porque os riscos após ele ter traumatismos, mesmo relativamente pequenos, é muito grande e poderia complicar a recuperação”, destacando ainda a questão psicológica. “Ele pode pensar que vai ultrapassar isto ou pode pensar que, atendendo à idade, não vale a pena jogar mais dois ou três anos. Depois, há a pressão da família, que pode apelar a mudar de vida”, disse Ovídio Costa ao Jogo.
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