A economia mundial enfrenta um período de incerteza económica e social motivada por uma crise com contornos diferentes da crise financeira de 2008-2010.

Atualmente, as empresas estão focadas na gestão operacional do negócio e na gestão da liquidez imediata mas, num futuro que todos esperamos próximo, as empresas poderão ter que analisar e repensar o seu modelo de negócio.

Quando os grupos económicos e as sociedades de capital de risco iniciarem a recuperação económica, os seus esforços de otimização do portfólio irão incluir uma revisão da alocação de capital. Estas empresas irão reavaliar por um lado, a necessidade de alienar negócios que consideram não estratégicos e por outro lado, nos negócios que irão permanecer em carteira, a necessidade de manutenção de ativos e operações não essenciais. Neste segundo caso, será de equacionar a possibilidade de parcerias estratégicas com entidades especializadas na gestão desses ativos, que possam ajudar na transição de uma estrutura de custos fixos para uma de custos variável aumentando a agilidade da empresa para reagir a variações na procura, alocando os recursos nas atividades críticas e essenciais com o objetivo de incrementar o valor da empresa.

O estudo realizado pela EY a cerca de 1.000 gestores de topo de grandes empresas mundiais, Global Corporate Divestment Study 2020, refere que a esmagadora maioria destas empresas espera desinvestir nos próximos dois anos e 57% já nos próximos 12 meses de modo equilibrar e redesenhar a sua carteira de investimentos com o objetivo de preparar os desafios da recuperação económica. As empresas esperam investir o resultado da venda no seu core business, nomeadamente em tecnologia que permita otimizar a utilização de recursos e projetar o seu modelo de negócio para o futuro.

Contudo, estas empresas não pretendem aceitar reduções de preço superiores a 10% nos desinvestimentos que esperam vir a realizar nos próximos 6 a 12 meses. Torna-se assim evidente que a preparação detalhada e profissional do processo de desinvestimento desde a fase inicial de seleção do que poderá ser alienado até à fase de negociação com o potencial comprador é essencial para garantir que o valor de venda é preservado.