[weglot_switcher]

Política expansionista é para manter, garante governador japonês

Banco Central do Japão diverge da política adoptada pelo BCE e pela Fed. No Fórum BCE, em Sintra, Haruhiko Kuroda justificou com a existência de “diferentes quadros económicos”.
20 Junho 2018, 17h45

O Governador do Banco Central do Japão, Haruhiko Kuroda, afirmou esta quarta-feira que continuará a seguir a política expansionista do país, garantindo que a ausência de problemas indica não existir “necessidade de retirar esta política”.

“A política acomodatícia que tem sido mantida no Japão irá levar tempo a desaparecer”, garantiu o governador japonês, num debate com o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, e o presidente da Fed, Jerome Powell, no Fórum do BCE, em Sintra, que anunciaram na última semana mudanças na política monetária.

O Japão foi pioneiro na adoção de medidas de política monetária não convencionais ainda nos anos 1990 e que foram seguidas primeiro pelos EUA e depois pela zona euro, como resposta à crise financeira. Depois de várias fases de quantitative easing (QE), semelhante ao norte-americano e europeu, o Banco do Japão lançou um novo segmento de políticas monetárias não convencionais chamado quantitative and qualitative easing (QQE) que continua em curso.

As taxas de juro no país encontram-se em 0,1% negativos e, reunião após reunião, a instituição mantém a garantia de que irá continuar a comprar dívida japonesa para a controlar a yield das Obrigações do Japão a 10 anos próximas de 0%.

Haruhiko Kuroda defendeu a divergência de posições por estarem expostos a “diferentes quadros económicos em cada país”, embora tenha reconhecido que quando o fizer, o Japão deverá enfrentar as mesmas preocupações que o BCE e a Fed, nomeadamente os juros de curto prazo baixos.

O BCE anunciou na quinta-feira passada que o programa de compra de ativos da zona euro monetários irá decorrer com a compra de 30 mil milhões de euros por mês em ativos da zona euro até setembro e que no último trimestre do ano irá continuar com um volume mensal de 15 mil milhões de euros. As compras líquidas deverão nessa altura acabar, seguindo-se uma política de reinvestimentos.

No caso da Fed, subiu a federal funds rate em 0,25 pontos base para um intervalo entre 1,75% e 2% e abandonou a promessa de manter as taxas baixas o suficiente para estimular a economia “por algum tempo”. O aumento da taxa anunciado na passada quarta-feira foi o sétimo desde 2015 e marcou uma mudança para uma postura normalizada, ou seja, em que a taxa de juros corresponde ao objetivo de subida dos preços.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.