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Polónia declara estado de emergência na fronteira com a Bielorrússia

A Polónia declarou estado de emergência em duas regiões da fronteira com a Bielorrússia, após uma onda de imigração ilegal que tanto Varsóvia como a União Europeia atribuíram a motivos políticos.
  • Aleksandr Lukashenko
2 Setembro 2021, 20h13

A Polónia declarou esta quinta-feira estado de emergência em duas regiões da fronteira com a Bielorrússia, após uma onda de imigração ilegal que Varsóvia atribuiu a seu vizinho – acusação que é aliás secundada pela União Europeia: ambos acusaram o presidente bielorrosso, Alexander Lukashenko, de encorajar centenas de imigrantes a cruzarem o território polaco. Em causa estará uma forma de pressão do governo ditatorial para pressionar a União sobre as sanções que impôs ao país.

A ordem de emergência – a primeira na Polônia desde o fim do regime comunista – proibe reuniões e limitou os movimentos das pessoas numa faixa de terra de 3Km ao longo da fronteira comum, que vigorarão pelo menos nos próximos 30 dias. Polícia polaca e veículos blindados foram vistos na área nos últimos dias.

“A atmosfera é geralmente violenta, há soldados uniformizados e armados em todos os lugares, isso lembra-me a guerra, disse à agência Reuters uma moradora da cidade fronteiriça polaca de Krynki.

Recorde-se que, antes destes episódios, a Polónia começou a construir uma cerca de arame farpado (na semana passada) para conter o fluxo de imigrantes de países como o Iraque e o Afeganistão – que a Europa espera receber a qualquer momento. Mas não por essa rota: segundo os especialistas, esses refugiados deverão tentar entrar na Europa por via da Turquia.

Citado por vários jornais, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Vladimir Makei, culpou “os políticos ocidentais” pela situação nas fronteiras e assegurou que o seu país “sempre honrou todos os compromissos”.

Já o porta-voz da presidência polaca disse que a situação na fronteira é “difícil e perigosa”. “Sendo a Polónia responsável ​​pelas suas próprias fronteiras mas também pelas fronteiras da União Europeia, devemos tomar medidas para garantir a segurança da Polónia e da União”.

Por outro lado, ativistas dos direitos humanos que já se encontram no local acusaram as autoridades polacas de negarem atendimento médico adequado a imigrantes retidos na fronteira, mas Varsóvia diz que a responsabilidade é da Bielorrússia.

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