Ponto de partida é “ambição comum” de permanência no euro, defende Eurogrupo

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse hoje que as discussões com o novo governo grego, liderado pelo Syriza, terão como “ponto de partida” a “ambição comum” de a Grécia permanecer na zona euro. Na conferência de imprensa no final de uma reunião de ministros das Finanças, dominada pelo desfecho das eleições de domingo na […]

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse hoje que as discussões com o novo governo grego, liderado pelo Syriza, terão como “ponto de partida” a “ambição comum” de a Grécia permanecer na zona euro.

Na conferência de imprensa no final de uma reunião de ministros das Finanças, dominada pelo desfecho das eleições de domingo na Grécia, ganhas por um partido conhecido pelas suas posições contra a política de austeridade seguida na União Europeia, Dijsselbloem disse que é prematuro falar sobre o teor das complexas discussões que se avizinham com Atenas, pois é necessário esperar que o novo governo esteja formado e manifeste junto do Eurogrupo o que pretende para o futuro.

No entanto, indicou que hoje mesmo já falou ao telefone com o provável futuro ministro das Finanças grego, que, sem abordar ainda questões de conteúdo, como a questão da dívida, reiterou a vontade de a Grécia permanecer membro da zona euro, o que classificou como “um bom começo”.

Questionado sobre declarações proferidas em 2012 pelo anterior presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, que defendeu que quem não respeita as regras de um “clube” deve sair – referindo-se à Grécia e à zona euro -, Dijsselbloem retorquiu que a sua ambição é que todos os 19 membros da zona euro continuem neste fórum, e congratulou-se por essa ser uma ambição partilhada pelo Syriza.

“Acredito convictamente em trabalhar com os países do Eurogrupo, que são 19, não deixar nenhum sair, e assegurar-me de que todos nós respeitamos as regras e os compromissos que assumimos uns aos outros, é essa é a minha ambição. O mesmo se passa com a Grécia. Tomei nota que também os líderes políticos do Syriza expressaram a sua ambição no sentido de que o futuro da Grécia é dentro da zona euro, e acho que essa é uma base muito boa para iniciar as nossas conversações”, afirmou.

Quanto ao teor dessas conversações, designadamente em torno do programa de assistência à Grécia ainda em curso, insistiu que é muito cedo para abordar essas questões, “pela simples razão que o novo governo ainda tem de tomar posse” e depois dar conta dos seus “pontos de vista” junto dos seus parceiros europeus, mas classificou como “rumor” a possibilidade de o atual programa ser prolongado, lembrando que aquilo que o Eurogrupo defendeu em dezembro foi que era “favorável a uma linha de crédito” pós-programa.

Por fim, questionado sobre qual a atmosfera na sala de reuniões do Eurogrupo após ser conhecida a subida ao poder na Grécia do Syriza, Dijsselbloem assegurou que a mesma era “boa”, observou que, enquanto ministros das Finanças, os membros do Eurogrupo lidam com os assuntos de forma “pragmática”, e houve rapidamente um acordo de que, da parte do Eurogrupo, estão todos prontos a trabalhar com o governo de Alexis Tsipras.

Presente na conferência de imprensa, o comissário europeu dos Assuntos Económicos reiterou que também a Comissão está “preparada para trabalhar de forma construtiva” com o novo governo grego, e considerou uma “boa notícia” este ser formado tão rapidamente, referindo-se ao facto de estar prevista a sua tomada de posse já na terça-feira.

OJE/Lusa

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