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Porto e Braga no ‘Top 5’ das cidades europeias do futuro

Porto e de Braga subiram dois lugares na edição deste ano do ranking do “FT” de cidades europeias do futuro, devido às suas estratégias de captação de investimento. Já Lisboa manteve o 5º lugar no ranking dedicado ao capital humano.
20 Março 2022, 16h00

As cidades do Porto e de Braga foram incluídas no ranking anual do “Financial Times” (FT) sobre as cidades europeias do futuro, o “European Cities and Regions of the Future”, ocupando este ano lugares de topo: o terceiro e quinto lugares, respectivamente. Os resultados divulgados este mês na fDi Magazine, uma publicação do jornal britânico especializada em investimento internacional, voltam a reconhecer o esforço das cidades portuguesas em transformar os centros urbanos em zonas mais sustentávels.

A cidade do Porto, descrita como a capital dos negócios do país, deve a distinção à prioridade dada pelo município “à dinamização económica e criação de emprego” através da atração de empresas e investidores estrangeiros. A estratégia é liderada pela InvestPorto, divisão municipal especializada na promoção e “facilitação de investimento direto”. Ao Jornal Económico (JE), a Câmara do Porto lembra que desde a sua fundação, em 2015, a InvestPorto já contribuiu para a captação de mais de 1.700 milhões de euros em investimento e para a criação de mais de 18 mil postos de trabalho.

O mérito deve-se também ao esforço que a Associação Comercial do Porto tem feito em matéria dos transportes e mobilidade, onde diz JE, rever-se nos compromissos inscritos no Plano Nacional Energia e Clima (PNEC) para 2030, que prevê, especificamente na área dos transportes, uma redução de 40% da emissão de gases poluentes ao longo desta década, com referência aos valores registados em 2005.No entanto, “há ainda um caminho a percorrer”.

De acordo com os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2018, o transporte individual manteve-se como opção claramente predominante, sendo que no Grande Porto a prevalência de 67,6% da população a usar o seu carro pessoal como meio de deslocação preferencial, enquanto em Lisboa esse indicador era de 58,9%.

“Se olharmos para indicadores mais recentes, verificamos que a tendência é de uma transição modal progressiva, mas ainda longe da intensidade que é desejada”, refere o Presidente da Associação Comercial do Porto ao JE, acrescentando a título de exemplo, que, em 2018 para 2019, o crescimento do número de passageiros em transporte rodoviário foi de cerca de 4,2%, tendo o ferroviário aumentado cerca de 19% e o metro aproximadamente 10%.

”São dados positivos, mas que ainda estão longe de configurar uma mudança de paradigma em termos de utilização dos transportes”, diz Nuno Botelho.

No norte do país, Braga, recordada pelo júri do “Financial Times” como a ‘Roma Portuguesa’ e ‘Cidade dos Arcebispos’ com mais de dois mil anos de História, surge na quinta posição das cidades de futuro com uma população até 200 mil habitantes, na categoria ‘Best and Brightest among Europe Investmentes Destination’, ranking liderado nas urbes desta dimensão pela cidade britânica de Doncaster.

Esta é a segunda vez que Braga figura na lista da fDi Intelligence, onde alcançou no biénio 2020/2021 o sétimo lugar, aproximando-se assim da terceira posição, ocupada por Plovdiv, Bulgária, e Middlesbrough, Reino Unido.

O presidente da Câmara afirmou que “esta distinção comprova o êxito do trabalho, particularmente desenvolvido pela InvestBraga, que tem vindo a ser feito na procura e captação de investimento para o concelho”.

O esforço de tornar Braga numa cidade cada vez mais smart vai em linha com um conjunto de ações lideradas pela autarquia, que, de acordo com Ricardo Gomes, passam por dois eixos: “tornar a cidade mais inovadora baseada na sua dinâmica empreendedora de base tecnológica” e ainda “numa cidade feliz que ganha corpo pelos seus índices de qualidade de vida, sustentabilidade e dinâmica social e cultural”.

A cidade, que “tem vindo a apostar fortemente no tema da inovação, colocando-a no topo da sua agenda política como instrumento de criação de valor e melhores condições de vida para a população” assegura ao JE ter um curso um conjunto de iniciativas, investimentos e projectos que visam valorizar cada vez mais a cidade nortenha.

“A implementação desta nova política de governação assente no modelo de inovação proposto impulsionou o crescimento de Braga até à data, colocando-a no top 10 das cidades que mais crescem na Península Ibérica”, acrescenta o autarca. “Hoje, esta é uma realidade inegável que surgiu mais rapidamente do que imaginávamos e cujo mérito é partilhado por todas as forças vivas do concelho”.

Embora o destaque no ranking seja atribuído às duas cidades do Norte de Portugal, importa reconhecer uma terceira: na lista do “Financial Times”, Lisboa conquista também um 5º lugar, destacada no ranking dedicado ao capital humano e estilo de vida, liderada em 2022/2023 por Berlim, subindo dois lugares nesta categoria em relação à última edição.

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