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Portugal coloca 1.750 milhões de euros em dívida de curto prazo a taxas mais negativas

O IGCP emitiu, esta quarta-feira, 1.750 milhões de euros em dívida de curto prazo num leilão duplo de Bilhetes do Tesouro (BT), com maturidade a seis e a 12 meses, a taxas mais negativas face ao último leilão comparável, realizado em maio.
  • Cristina Bernardo
15 Julho 2020, 10h48

O Tesouro colocou esta quarta-feira 1.750 milhões de euros em dívida de curto prazo, com maturidade a seis e a 12 meses, a taxas de juro mais negativas face ao leilão comparável de junho.

Na dívida de curto prazo, a seis meses — com maturidade em 15 de janeiro de 2021 —, a entidade gerida por Cristina Casalinho emitiu 500 milhões em Bilhetes do Tesouro (BT), a uma taxa de juro de -0,467%.

Já a 12 meses — com maturidade a 16 de julho de 2021 — o Tesouro colocou 1.250 milhões de euros a uma taxa de juro de -0,452%.

No leilão duplo desta manhã, a procura superou a oferta nas duas maturidades. Nos títulos a 12 meses, a procura superou a oferta em 2,54 vezes e nos BT a seis meses, foi mais de 3,64 vezes superior.

Para Filipe Silva,  diretor de investimentos do Banco Carregosa, salienta “o mercado de dívida tem estado suportado pelas sucessivas intervenções que os bancos centrais têm feito, e as medidas que têm vindo a ser sucessivamente anunciadas, quer fiscais, quer monetárias, vêm no sentido de apoiar a economia e permitir dar tempo às empresas e países para retomarem a atividade e evitar uma severa recessão”.

Em consequência, explica que “isto tem levado a uma procura por taxa em todas as maturidades, este efeito tem sido visível no spread que Portugal tem versus a Alemanha, que depois de atingir o pico em março de 171,36 pontos base, baixou para os atuais 85,67. Esta redução de risco tem permito emitir dívida de curto prazo com taxas negativas e que acaba por ser benéfico para o país”.

No último leilão duplo comparável, em maio deste ano, o IGCP colocou 1.750 milhões de euros em dívida de curto prazo. Na maturidade mais longa, a 12 meses, Portugal pagou -0,351% para se financiar em mil milhões de euros. Já na maturidade mais curta, o Tesouro emitiu 750 milhões de euros com uma yield de -0,411%.

(atualizada às 11h00 com o comentário de Filipe Garcia)

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