Portugal colocou hoje 1499 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a dez anos à taxa de juro de 2,0411%, a mais baixa de sempre e inferior à de 2,506% paga no anterior leilão comparável.
Segundo a página da Agência de Gestão do Tesouro e da Dívida Pública (IGCP) na Bloomberg, a procura atingiu 2726 milhões de euros, 1,8 vezes superior ao montante colocado, que foi superior à oferta inicial máxima, de 1250 milhões de euros.
O IGCP tinha anunciado para hoje a realização de um leilão de OT, com maturidade até outubro de 2025, com montante indicativo entre os 1000 e os 1250 milhões de euros.
A 11 de fevereiro, a instituição liderada por Cristina Casalinho colocou no mercado 1250 milhões de euros em dívida também a 10 anos, com uma taxa de juro de 2,506%, que o IGCP disse ser o valor mais baixo alguma vez pago por Portugal nesta maturidade.
Segundo o diretor da Gestão de Activos do Banco Carregosa, Filipe Silva, a taxa de colocação de hoje foi “mais um mínimo histórico e a estes preços faz todo o sentido Portugal financiar-se no mercado e ganhar folga para amortizar antecipadamente o empréstimo da troika, que foi feito a taxas mais altas”.
“Nas duas emissões a 10 anos feitas desde o início de 2015, foram batidos mínimos históricos sucessivos”, disse ainda Filipe Silva, sublinhando que “há um ano a taxa de emissão a 10 anos rondava os 6%” e que “a descida nos custos de financiamento é notória”.
No programa de financiamento do Estado para 2015, divulgado em janeiro, o IGCP previu a emissão bruta de até 14 mil milhões de euros em dívida de médio a longo prazo ao longo do ano para cobrir as necessidades de financiamento, embora o documento não incluísse o pagamento antecipado de parte do empréstimo contraído junto do FMI.
O documento definia que a estratégia de financiamento se ia centrar na “emissão de títulos de dívida pública nos mercados financeiros em euros com realização regular de leilões de OT”, com o objetivo de “promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário”.
Em relação às OT (dívida de médio a longo prazo), o IGCP prevê que seja obtido um montante entre os 12 e os 14 mil milhões de euros através da “emissão bruta de OT, combinando sindicatos e leilões”.
OJE/Lusa