A taxa de inflação anual em 2022 foi de 7,8%, um valor que compara com os 1,3% registados no ano anterior, segundo os dados do INE revelados esta quarta-feira. Este é o valor mais elevado desde 1992, ou seja, em 30 anos.
Com exclusão dos produtos alimentares não transformados e energéticos, a inflação fixou-se em 5,6% no ano passado, sendo que em 2021 tinha sido de 0,8%. De acordo com o INE, “o aumento da taxa de variação do IPC [Índice de Preços no Consumidor] entre 2021 e 2022 foi influenciado pelo comportamento da inflação subjacente e pela aceleração dos preços dos produtos alimentares não transformados e dos produtos energéticos, que registaram variações médias anuais de, respetivamente, 12,2% e 23,7%”.
A par do que foi visto ao longo do ano passado, o gabinete estatístico relembra que o aumento dos preço “foi ainda mais acentuado na produção industrial, tendo o respetivo índice apresentado uma variação média anual de 21,2% em 2022, o mais elevado da série”. Com a exclusão da energia, “registou-se uma variação média anual de 14,5%, superior em 9,1 pontos percentuais à observada em 2021”. O INE destaca ainda o aumento dos preços na produção de bens de consumo, que se situou em 12,5%, sendo que este ficou mais próximo do verificado ao nível dos preços no consumidor.
Apenas disponíveis para o mês de novembro, “os indicadores a curto prazo apontam para uma desaceleração em termos nominais nos serviços e uma ligeira aceleração na indústria, verificando-se reduções na indústria e construção”, com uma redução no investimento e no consumo privado.
O gabinete estatístico aponta que os portugueses passaram a pagar mais contas e pagaram mais através dos cartões bancários, com os terminais TPA a apresentarem um crescimento homólogo de 12,8% em dezembro, e de 18,8% no total de 2022.
Relativamente ao emprego, o INE sustenta que a taxa de emprego se ficou em 6,4% no mês de novembro, superior em 0,4 p.p. face ao mês anterior. Por sua vez, a população empregada aumentou 0,3% face ao ano anterior, ainda que tenha decrescido em relação ao mês anterior.
Sentimento externo
Na área euro, o sentimento económico aumentou em novembro e dezembro, interrompendo a queda sentida ao longo de um ano. A população europeia recuperou a confiança “em todos os sectores de atividade inquiridos, em particular nos serviços e no comércio a retalho, verificando-se também um aumento do indicador de confiança dos consumidores pelo terceiro mês consecutivo”.
O INE lembra que os preços voltaram a abrandar nos últimos meses de 2022, depois de valores recordes ao longo do ano.
[Atualizada às 11h32]