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Portugal continua com lacunas na defesa das crianças vítimas de tráfico

Relatório do Conselho da Europa elogia algumas medidas portuguesas para combater o tráfico de seres humanos, mas ainda há melhorias a fazer no que diz respeito a vítimas menores.
17 Março 2017, 09h49

Foram identificadas 226 vítimas de tráfico de seres humanos em Portugal, das quais 36 eram menores, entre janeiro de 2012 e junho de 2016. De acordo com um relatório do grupo do Conselho Europeu que se especializa em ações contra o tráfico de pessoas (GRETA), Portugal está entre os destinos para o tráfico de crianças. O relatório refere a necessidade de uma melhor identificação e proteção de menores vítimas de tráfico, segundo noticia esta sexta-feira o “Diário de Notícias”.

“Portugal tem trabalhado para melhorar os procedimentos e apoio às crianças, mas tem de existir uma melhoria na identificação e assistência”, disse a diretora técnica do CAP Sul da APAV, Rita Bessa, ao “DN”. Um dos elogios do relatório vai para os três abrigos para adultos existentes em Portugal, sendo que este tem capacidade para oito mulheres.

No entanto, não existem centros específicos para crianças, que são encaminhas para instituições de apoio a crianças e jovens em risco. “Está prevista a criação de uma casa-abrigo específica para estas crianças”, explicou a coordenadora do projeto RUA do Instituto de Apoio à Criança (IAC) – membro da Rede de Apoio e Proteção às Vítimas de Tráfico, Matilde Sirgado, ao diário.

“Temos algumas coisas a fazer, mas que estão previstas no Plano Nacional. Portugal está atento, tem estado a fazer um bom trabalho”, acrescentou. Entre os principais problemas identificados pelo relatório do GRETA está a ausência de documentos ou utilização de documentos falsos, bem como a mobilidade constante.

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