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Portugal é dos países com maior aumento dos preços da eletricidade e gás

Reino Unido, Letónia, Irlanda e Grécia acompanham Portugal no grupo de países cujos preços aumentaram para os consumidores.
7 Fevereiro 2017, 18h00

O relatório de conjuntura energética da Comissão Europeia aponta Portugal como um dos países com o maior aumento dos preços da eletricidade (no mercado retalhista e grossista), entre 2010 e 2015, na União Europeia. O Reino Unido, Letónia, Irlanda e Grécia são os restantes países cujos preços aumentaram para os consumidores. Em contrapartida, o relatório registou a Hungria e Malta como os países com os preços mais baixos e a média dos preços nos lares europeus aumentou cerca de 20%.

Portugal também se encontra entre o grupo de países com o maior aumento dos preços grossistas, embora seja o Reino Unido quem lidera, seguido da Grécia, Itália, Espanha e Portugal. Os preços grossistas da eletricidade são provocados “pelo preço do carbono imposto pelo uso de combustíveis fósseis para a geração de eletricidade, o encerramento de várias centrais a carvão nos últimos anos e as limitadas interligações elétricas com a Europa continental”.

Acontece o mesmo com o gás. Entre 2010 e 2015, a grande parte dos países sofreu um aumento do preço, tendo ocorrido um crescimento médio de 25% em 17 Estados-Membros. O relatório registou Espanha, Portugal e Reino Unido com o maior aumento. Para Portugal o aumento verificou-se nos 55,9%. Mais uma vez, a Húngria juntamente com a Grécia e a Dinamarca foram os países assinalados com a maior redução do preço do gás.

A subida dos impostos em países como Portugal (22%), Letónia e Lituânia influenciou o aumento dos preços de energia. Relativamente aos retalhistas, foi analisado um aumento superior a 10% nos dois países. Já no consumo final de energia, Portugal é um dos países com a maior redução entre 2005 e 2014, juntamente com a Grécia, Espanha, Itália e Hungria. Segundo a Comissão, o registo face a 2015 só será realizado no próximo relatório.

O “aumento da produção de energia renovável”, na Áustria, Estónia, Itália, Letónia, Portugal e Espanha, e o “aumento genérico no consumo de energia” contribuíram para a redução da dependência da importação de energia em todos os Estados-Membros, entre 2005 e 2014. No entanto, “esta tendência positiva foi afetada por uma maior dependência de importações de países que reduziram a produção a partir de fontes fósseis”, como o Reino Unido, Dinamarca ou Polónia, ou o “encerramento de centrais nucleares”, como a Lituânia.

A Comissão Europeia destacou também Portugal face à queda das importações em 20% da energia consumida, tendo passado de 80% para 60%. A produção de energia a partir de renováveis tem registado, nos últimos anos, um forte impulso (57% da eletricidade gerada em 2016). Mesmo que Portugal falhe as metas definidas por Bruxelas, irá permanecer perto dos 30% de total de consumo energético definido pela capital da Bélgica para 2020.

O relatório alerta, ainda, para a fraca interligação de alguns países com o resto da Europa, onde Portugal mais uma vez se engloba, juntamente com a Bulgária, o Chipre, a França, a Alemanha, a Irlanda, a Itália, a Polónia, a Roménia, a Espanha e o Reino Unido. “A implementação de projetos relacionados com eletricidade são do interesse comum nos próximos anos”, salienta o relatório.

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