Portugal e a história de amor com o ‘private equity’, segundo a Reuters

Entre as maiores transações no ano passado está o investimento de mil milhões de euros da norte-americana Lone Star no Novo Banco. No entanto, nem só de grandes negócios é feito o total de 7.000 milhões de euros, o triplo do investimento de ‘private equity’ em 2014.

Paulo Whitaker/Reuters

O investimento em private equity aumentou exponencialmente nos últimos três anos em Portugal, atraído pela recuperação económica do país. O volume de investimentos privado triplicou, no ano passado, em comparação com 2014, para 7.000 milhões de euros, segundo dados da consultora TTR, citados pela agência Reuters, que escreve que “Portugal inicia ‘romance’ com setor ‘Private Equity’.

Entre as maiores transações no ano passado está o investimento de mil milhões de euros da norte-americana Lone Star no Novo Banco. No entanto, nem só de grandes negócios é feito o todo e há também investimentos mais pequenos num momento em que as private equity estão a transitar para empresas sólidas, em comparação com os ativos em stress, que procuravam durante a crise.

“O setor está bastante dinâmico”, afirmou o partner da Atena Equity Partners, João Rodrigo Santos, em declarações à Reuters. “Há quatro ou cinco anos, o fundraising era vocacionado sobretudo para Distressed (Assets), dadas as dificuldades que muitas empresas atravessavam devido à crise e a estruturas financeiras desequilibradas. Hoje em dia, denota-se mais interesse em Buyouts tradicionais”.

As pequenas e médias empresas (PME) são especialmente atrativas para o private equity, até pelos incentivos proporcionados pelo Governo. O programa do ministério da Economia, ‘Capitalizar’, incentiva o setor a fortalecer a estrutura de capital das empresas com dificuldades em obter financiamento competitivo do setor financeiro, ainda constrangido pelo crédito malparado. Para isso, o Governo tem um pacote de 2.400 milhões de euros destinados ao co-financiamento com empresas private equity.

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