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Portugal e Espanha distantes na taxa de desemprego mas próximos no risco de pobreza

Em 2017, 23,3% da população de Portugal e 26,6% da população de Espanha estava em risco de pobreza, com percentagens mais elevadas face aos 22,5% da população da União Europeia nestas condições.
16 Abril 2019, 14h33

Portugal e Espanha estão próximos no risco de pobreza ou exclusão social e na dívida das administrações públicas, mas distantes na taxa de desemprego e PIB ‘per capita’, indicam dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao período 2010-2017.

No período 2014-2018, os valores do salário mínimo mensal, tendo em consideração a remuneração anual dividida por 12 meses, em Portugal e em Espanha aumentaram, respetivamente, de 566 euros para 677 euros e de 753 euros para 859 euros. É claro o contraste com os valores mínimo e máximo existentes na UE no mesmo período: a Bulgária passou de 174 euros para 261 euros e o Luxemburgo de 1.921 euros para 1.999 euros.

Em 2017, 23,3% da população de Portugal e 26,6% da população de Espanha estava em risco de pobreza ou exclusão social, percentagens mais elevadas face aos 22,5% da população da União Europeia nestas condições, revelou o INE na 15.ª edição de ‘Península Ibérica em Números’.

Entre a população jovem, entre os 15 e os 29 anos, “os países ibéricos registaram valores de pobreza ou exclusão social ainda mais elevados: 35,2% em Espanha e 27,5% em Portugal”, adianta a mesma fonte.

Na comparação do nível de preços, o INE explica que, em 2017, “quer em Portugal, quer em Espanha, os preços foram inferiores aos praticados na União Europeia considerada no seu todo” e que a variação média anual do índice harmonizado de preços no consumidor registou o valor máximo em 2011 em ambos os países (3,6% em Portugal e 3% em Espanha).

Relativamente à dívida das administrações públicas em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), o INE indica que na década 2008-2017 este indicador “aumentou bastante em ambos os países ibéricos”, passando de 39,5% em 2008 para 98,3% em 2017 em Espanha e, em Portugal, de 71,7% em 2008 para 125,7% em 2017.

Na publicação “Portugal e Espanha: Realidade ibérica e comparações no contexto europeu – 2018”, o INE indica também que os turistas com residência no Reino Unido e na Alemanha foram os que mais noites dormiram nos estabelecimentos hoteleiros de ambos os países ibéricos em 2017.

Portugal e Espanha também “tiveram evoluções muito idênticas, no período 2012-2017, no que respeita à percentagem da superfície agrícola utilizada que é dedicada a agricultura biológica”, mostram os dados do INE, que adianta que os valores foram sempre mais elevados em Espanha.

A produção de vinho também registou valores próximos no início e no final do período 2007-2016, quer em Portugal quer em Espanha.

No que se refere aos principais parceiros comerciais, em 2017, Portugal teve Espanha como principal parceiro, quer nas exportações quer nas importações. Já no caso de Espanha, França foi o principal destino das exportações e a Alemanha o principal parceiro nas importações.

Além das semelhanças, os dados do INE mostram vários indicadores onde os desempenhos de Portugal e Espanha se afastaram no intervalo temporal em análise.

A taxa de desemprego em 2017 em Espanha, de 17,2%, “foi das mais altas da União Europeia, apenas superada pela da Grécia (21,5%)”, indica o INE. Já em Portugal, a taxa de desemprego naquele ano foi de 9%, com o valor para o conjunto da UE a situar-se em 7,6%.

“No período 2008-2017, o PIB ‘per capita’ [ou seja, o quociente entre o PIB e a população total residente] em Portugal foi sempre inferior ao verificado em Espanha, apresentando ambos valores mais baixos no final da série por comparação com o seu início, sendo a redução mais acentuada em Espanha”, indica o INE.

A percentagem do PIB canalizada para pagar pensões de velhice em Portugal foi sempre mais elevada do que em Espanha “em toda a década 2007-2016”, tendo os valores registados nos dois países evoluído “em moldes semelhantes”.

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