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Portugal é o país em que o fosso salarial entre homens e mulheres mais cresceu

Segundo o último relatório da Comissão Europeia, em Portugal os homens ganhavam, em média, mais 17,8% do que as mulheres em 2015.
19 Julho 2017, 07h30

As diferenças salariais entre homens e mulheres diminuíram na maioria dos países da União Europeia mas em Portugal o fosso aumentou e foi o maior entre os Estados-membros.

Segundo o último relatório da Comissão Europeia que faz a análise ao emprego e situação social na Europa, em 2015 as diferenças salariais entre homens e mulheres esbateram-se na maioria dos Estados-membros da UE, com os homens a ganharem por hora, em média, mais 16,3% do que as mulheres. Em 2008, a diferença na UE era de 17,3%.

Porém, Portugal destacou-se pela negativa, registando, entre os países com dados disponíveis, o maior aumento na desigualdade salarial. Em 2015, os homens ganhavam, em média, mais 17,8% do que as mulheres, uma subida de 8,6 pontos percentuais face ao registado em 2008.

Ao contrário, a maior descida nas diferenças salariais entre homens e mulheres verificou-se em países como a Lituânia, Polónia e Chipre, onde o gap caiu acima de seis pontos percentuais.

Em 2015, a Estónia registou a diferença salarial mais ampla entre os sexos (28%), embora essa clivagem tenha caído face a 2008.

Por sua vez, a Eslovénia tinha em 2015 a menor diferença salarial entre homens e mulheres (pouco abaixo de 3%).

Na UE, as diferenças salariais entre géneros estão a cair desde 2012, mas o fosso permanece devido a vários fatores. Segundo o relatório, as posições de gestão e de supervisão continuam a ser assumidas maioritariamente por homens, ao mesmo tempo que continuam a ser as mulheres a dedicarem-se mais à família. Além disso, o trabalho temporário abrange mais as mulheres do que os homens (12,2% contra 10,4% em 2016, respetivamente).

Apesar de os homens ganharem mais do que as mulheres e de terem melhores posições no emprego, estas são mais qualificadas. Pela primeira vez em 2016, a percentagem de mulheres com educação superior (32,5%) superou a dos homens (28,9%). Também pela primeira vez, a percentagem de homens com baixas qualificações ficou ligeiramente acima (23,1% de homens contra 23% de mulheres).

Tendo em conta o perfil educacional das mulheres e as lacunas que persistem ao nível do emprego e do salário face aos homens, a Comissão Europeia sublinha que a sua participação no mercado poderá aumentar significativamente o PIB e a produtividade na EU.

“Estima-se que o fosso de género no emprego custou à UE até 10% do PIB”, sublinha a Comissão.

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