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Portugal é o país onde alunos chumbam mais cedo

Relatório “Estado da Educação 2016”, da CNE, revela também há cada vez meno crianças no pré-escolar e que o primeiro ciclo perderá seis mil alunos por ano, já em 2018.
12 Dezembro 2017, 10h22

Portugueses são os que chumbam mais cedo, noticia o Jornal de Notícias esta terça-feira. A conclusão é retirada do relatório sobre o “Estado da Educação 2016”, que evidencia a ineficácia das retenções de ano.

Portugal é, na Europa, o país onde os alunos chumbam de ano mais cedo. Segundo a presidente do Conselho Nacional da Educação (CNE), Maria Emília Brederode Santos, este é o problema mais grave do sistema de ensino e o que exige resposta mais urgente.

Ao JN, Maria Emília Brederode Santos defendeu que a metodologia na sala de aula tem de mudar e envolver mais os alunos no processo de aprendizagem. “As metodologias usadas em Portugal são muito limitadas”, disse.

De acordo com o relatório, divulgado esta terça-feira, só na Irlanda há mais aulas expositivas do que em Portugal. “É um modelo de escola antiga: alunos sentados a ouvir. Não é útil nem a melhor maneira e aprender. Põe problemas de disciplina graves porque já nenhum aluno aguenta estar muito tempo sentado a ouvir”, afirmou a presidente do CNE.

Natalidade impacta no primeiro ciclo

O relatório revela também que o CNE está prepcupado com as consequências que a quebra da taxa de natalidade no início desta década, associada a saldos migratórios negativos, terá na organização da rede escolar. A CNE estima que, entre escolas públicas e privadas, a rede escolar perca seis mil novos alunos por ano, já a partir de 2018.

“O decréscimo acentuado da população residente em Portugal, nos últimos anos, perspetiva uma redução média anula doa fluxo de novos alunos do 1º ciclo do ensino básico”, disse Maria Emília Brederode Santos ao Diário de Notícias.

Há cada vez menos crianças a frequentar o pré-escolar

Outra conclusão do documento da CNE é a diminuição do número de crianças a frequentar o pré-escolar, entre 2012 e 2016. Ao contrário do que seria de prever, a taxa de natalidade não foi a causa dessa diminuição.

Entre o ano letivo 2012/2013 e o de 2015/2016, diminuiu a proporção de crianças de quatro e cinco anos de idade inscrita na educação pré-escolar por comparação ao número total da população com a mesma idade. Isto significa que a quebra não se explica pela diminuição da taxa de natalidade.

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