Portugal está a desenvolver em conjunto com parceiros europeus um avião híbrido-elétrico que deverá começar a voar a partir de 2030.
O Hera (Hybrid-Electric Regional Architecture) vai transportar entre 50 a 100 pessoas e vai operar distâncias de menos de 500 kms, servindo rotas regionais interurbanas, reduzindo até 90% as emissões poluentes. O projeto tem um custo de desenvolvimento de 35 milhões de euros, com um prazo de 48 meses.
O avião incluirá “propulsão híbrido-elétrica baseada em baterias ou células de combustível como fontes de energia suportadas por SAF (Sustainable Aviation Fuel) ou combustão de hidrogénio para a fonte térmica, por forma a atingir até 90% de emissões mais baixas”, segundo comunicado hoje divulgado pelo Instituto Português de Soldadura e Qualidade (ISQ), que encontra-se entre os participantes portugueses no projeto ao lado do INEGI e Almadesign.
“Entre as tecnologias e configurações inovadoras a desenvolver destacam-se a distribuição elétrica à escala de alta tensão MW, gestão térmica, novo design de asa e fuselagem, bem como nova propulsão híbrido-elétrica e novo armazenamento relacionado com baixas emissões de gases de efeito de estufa”, acrescenta.
O projeto está a ser coordenado pela empresa Leonardo e conta com parceiros como a Airbus, Rolls Royce, Siemens ou Thales.
“Híbridas, ultra-eficientes ou movidas a hidrogénio, estas são as características das aeronaves que se preparam para cruzar os céus já em 2050 e o caminho para lá chegar já começou a ser trilhado. Em causa está o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e disruptivas que permitam uma aviação sustentável, contribuindo para um setor mais amigo do ambiente e da sociedade em geral”, segundo o ISQ.
Além do avião em si, o projeto também visa desenvolver “novas infraestruturas aeroportuárias baseadas em novas fontes de energia renováveis”, para abastecer a aeronave.
“O ISQ participará com o seu conhecimento e experiência no desenvolvimento, simulação e teste de compatibilidade eletromagnética da instalação elétrica da aeronave. Fará ainda testes de validação da instalação na vertente de armazenamento e distribuição de hidrogénio tanto na aeronave como na infraestrutura aeroportuária, e ainda na definição/conversão do layout do aeroporto por forma a permitir uma operação segura e eficiente da aeronave regional híbrido-elétrica”, segundo o instituto.