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Portugal: Emissões de CO2 duplicam por causa dos incêndios

Portugal pode ter de recorrer ao mecanismo do Protocolo de Quioto, que permite não contabilizar CO2 proveniente de fenómenos naturais. Os incêndios poderiam assim penalizar as metas do Protocolo, uma vez que causam emissões “anormalmente elevadas”.
20 Outubro 2017, 12h15

Os incêndios em Portugal já provocaram  520.515 de hectares ardidos no país, provocando um aumento das emissões de CO2 para o dobro, nos últimos dois meses.

Segundo as estimativas da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) as emissões de dióxido de carbono devem superar as oito milhões de toneladas.

“As emissões poderão ser da mesma ordem de grandeza das relativas ao ano de 2003, em que arderam 475.531 hectares e as emissões correspondentes foram cerca de oito milhões de toneladas de CO2 equivalentes, mas este valor dependerá necessariamente da ocupação do solo e das respetivas espécies em causa”, disse ao Público a APA.

Até 31 de agosto, a APA previa que o valor de CO2 chegasse aos 4,4 milhões de toneladas, depois de terem ardido 214 mil hectares.

Portugal pode ter de recorrer ao mecanismo do Protocolo de Quioto, que permite não contabilizar CO2 proveniente de fenómenos naturais. Os incêndios poderiam assim penalizar as metas do Protocolo, uma vez que causam emissões “anormalmente elevadas”.

“Portugal até à data nunca teve necessidade de aplicar esta medida para efeitos do cumprimento dos compromissos assumidos a nível internacional e europeu”.

A decisão “só poderá ser avaliada após o conhecimento dos dados finais relativos a este ano e só terá de ser decidida e comunicada em 2019 (data em que são formalmente submetidos os dados relativos a 2017)”, escreve a Agência.

 

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