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Portugal inicia em novembro formação de militares da CPLP

O Instituto Universitário Militar de Portugal vai acolher em novembro a capacitação de militares da Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para missões da Organização das Nações Unidas (ONU), anunciou hoje em São Tomé, a ministra portuguesa da Defesa Nacional.
9 Setembro 2022, 21h08

“Vamos proporcionar a todos os países um estágio de formação no IUM [Instituto Universitário Militar], em Portugal […] no próximo mês de novembro para iniciar esse trabalho conjunto de constituição dessa célula cujo o objetivo é a participação de militares da CPLP – de vários países, em operações das Nações Unidas”, disse Helena Carreiras no final da visita de 24 horas que fez a São Tomé e Príncipe.

A formação enquadra-se no âmbito da célula de cooperação civil militar (CIMIC) da CPLP cuja criação foi aprovada em maio na XXI Reunião de Ministros da Defesa Nacional ou Equiparados da CPLP realizada na cidade da Praia, Cabo Verde, para preparar militares para operações de Paz.

A ministra da Defesa Nacional de Portugal disse hoje que ainda “há todo o trabalho a desenvolver no sentido da doutrina, da capacitação”, mas vai se “começar com esse trabalho de formação” contando com “a presença de elementos de todos esses países”.

“Estamos a convidar dois participantes por país, vamos tentar criar as condições para que esta participação se concretize e seja este o primeiro projeto desta nova célula que vamos ter em breve e construindo também para aquilo que é um desígnio das próprias Nações Unidas que nos tem pedido, à Portugal, para colaborar na maior participação de países da CPLP nas suas missões”, explicou Helena Carreiras.

A ministra falava após uma visita navio-patrulha da Marinha Portuguesa, N.R.P. Zaire, que desde 2018 se encontra em missão em São Tomé e Príncipe, no âmbito de um acordo bilateral.

Este navio-patrulha visa contribuir para a formação da guarda costeira são-tomense, reforçar a vigilância e a fiscalização dos espaços marítimos neste país e a segurança na região do Golfo da Guiné.

Questionada pela Lusa sobre futuro da missão do N.R.P. Zaire em São Tomé e Príncipe, a ministra da Defesa Nacional de Portugal referiu que “não há neste momento nenhuma definição”, mas dependerá das “reavaliações” operacionais feitas pelos militares e pelo Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA).

“Há elementos mais operacionais que estarão a cargo, naturalmente, do EMFA, das autoridades militares que avaliarão a melhor forma de prosseguir este trabalho em conjunto. Uma coisa é certa, queremos continuar a apoiar São Tomé e a trabalhar em conjunto em prol da vigilância, da segurança marítima e haverá seguramente novas formas de o fazer e prolongar este trabalho que está a ser feito e tem sido feito com tanto brilhantismo no âmbito do Zaire” disse Helena Carreiras.

A ministra da Defesa Nacional de Portugal e o seu homólogo são-tomense assinaram hoje de manhã, em São Tomé, o novo acordo de cooperação (2021-2025) no domínio da Defesa, com reforço das ações de formação e segurança marítima são-tomense.

A ministra sublinhou que o acordo vai dar continuidade a “capacitação e qualificação das pessoas, na medida em que isso é de facto o mais importante e permitirá ter um efeito multiplicador” no trabalho dos dois países.

“É um programa que vai prolongar e reforçar aquilo que são já mais de três décadas de cooperação entre países amigos que têm vindo ao longo destas décadas a aprofundar os laços que nos unem e a grande amizade que nos une”, afirmou a ministra da Defesa Nacional de Portugal, Helena Carreiras.

O ministro da Defesa Nacional de São Tomé e Príncipe, Jorge Amado, considerou que a assinatura do novo acordo da Defesa representa o “excelente nível de relacionamento, vontade recíproca e aprofundamento da cooperação” entre São Tomé e Príncipe e Portugal.

Após a assinatura do acordo de cooperação, a ministra da Defesa de Portugal encontrou-se com o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, e logo depois com o Presidente da República, Carlos Vila Nova, tendo visitado o Centro de Saúde Militar de São Tomé e o Centro Cultural Português.

“Essa experiência de contacto direto foi muito rica”, sublinhou Helena Carreiras no balanço da visita.

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