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Portugal melhorou a capacidade para expandir a economia nos últimos anos, diz a DBRS

A agência de notação salienta que as perspetivas a curto-prazo são favoráveis, mas alerta que a longo prazo a capacidade de expansão é mais incerta e o endividamento do sector privado permanece elevado.
27 Setembro 2018, 08h57

A DBRS afirmou esta quinta-feira que Portugal, tal como Itália, tem aproveitado melhor a utilização da capacidade existente e alguma expansão do ‘output’ potencial para melhorar a capacidade de expandir a economia, salientando que as perspetivas para sustentar o crescimento são favoráveis no prazo.

“Com o investimento a subir e os níveis de emprego e participação da força de trabalho em níveis mais elevados, as perspetica no curto-prazo para sustentar o crescimento parecem favoráveis, mas para Portugal que para Itália. Espera-se que o aumento do output potencial melhor em 2018 e 2019”, explicou a agência canadiana num relatório.

Adiantou que, em ambos os países, as reformas no mercado laboral nos últimos ano ajudaram a recuperação no emprego. A DBRS vê uma retoma no investimento como encorajadora, pois sugere que a capacidade existente na economia está ser utilizada de novo e também que nova capacidade está a ser criada.

Alertou, no entanto que a trajetória da capacidade de crescimento é mais incerta num prazo mais alargado. “Irá depender de políticas que afectam o investimento e o mercado de trabalho, incluindo a população ativa. Dependerá ainda de quão bem a Itália e Portugal fizerem uso dos recursos existentes”.

“Aumentar o crescimento potencial é crucial tanto para Itália como para Portugal, pois crescimento acelerado permitiria reduzir os elevados níveis de dívida. Em Portugal a dívida do setor privato permanece alta, enquanto em os balanços do setor privado são mais saudáveis. Mas os rácios de dívida pública continuam altos nos dois países”, vincou.

Melhor desempenho

A DBRS sublinhou que os desempenhos das economias de Itália e Portugal situam-se entre as melhores desde a crise financeira, salientando que a expansão de 2,7% em Portugal foi a maior desde 2000. Alertou, no entanto, que a retoma está ainda incompleta e que Portugal só ultrapassou os níveis pré-crise no segundo trimestre de 2018.

A agência explicou que o crescimento na zona euro, incluindo em Portugal e Itália, abrandou em 2018, mas frisou que esse dois países deverão continuar a crescer mais do que o output potencial em 2019 à medida que usam melhor os recursos. O crescimento potencial aumentou nos dois países desde 2013, mas permanece fraco face aos níveis na zona euro.

“A capacidade de crescer a partir de fatores domésticos em Itália e em Portugal permanece penalizada pela baixa produtividade do capital e do trabalho, e a má alocação dos recursos, especialmente em Itália”, referiu.

[Atualizada às 9h59]

 

 

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