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“Portugal não é competitivo no desenvolvimento da investigação clínica”, sublinha bastonário da Ordem dos Farmacêuticos

Neste capítulo, Hélder Mota Filipe salientou que o país foi “perdendo o comboio” em relação a outros países. “Não é por falta de profissionais ou de doentes que participariam nestes ensaios, mas sim por falta de estratégia”, afirmou o bastonário na conferência sobre o futuro das neurociências organizada pelo JE e pela Biogen Portugal esta terça-feira.
9 Maio 2023, 13h11

Portugal tem de acompanhar a concorrência de outros países na investigação clínica. O alerta foi dado por Hélder Mota Filipe, bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, que encerrou a conferência “O Futuro das Neurociências”, uma iniciativa que decorreu no Centro Cultural de Belém esta terça-feira, 9 de maio, promovida pelo Jornal Económico e a Biogen Portugal, que visou debater os desafios e oportunidades associados à saúde do cérebro em Portugal.

“Porque é que Portugal continua a ter problemas no desenvolvimento da investigação clinica e não é competitivo? Se compararmos com a Bélgica ou Países Baixos, vemos que fomos perdendo o comboio. Não é por falta de profissionais ou de doentes que participariam nestes ensaios, mas sim por falta de estratégia”, afirmou o bastonário.

Hélder Mota Filipe defendeu que são precisos quatro pontos fundamentais para melhorar o sector, através da qualidade, segurança, eficácia e custo. “Temos tido muita inovação terapêutica a chegar ao mercado, umas mais inovadoras, outras nem tanto, mas todas com a mesma característica, são muito caras”, salientou.

Para o Bastonário, existe uma incerteza nas terapêuticas que chegam ao mercado na área das doenças raras, com estudos de fase 2, porque não é possível esperar pela fase 3, dada a urgência em tratar os doentes.

“Isto explica-se também pelos custos. O sistema paga os ensaios clínicos, mas é importante que o sistema se prepare para ir pagando as novas terapêuticas e não ensaios clínicos que ainda estão incompletos”, sublinhou.

Ainda assim, Hélder Mota Filipe acredita que o futuro das neurociências é brilhante e só pode trazer coisas boas para os doentes.

“Todos os dias estamos a aumentar o conhecimento e que vai permitir ao longo dos próximos anos dar uma melhor qualidade de vida aos doentes”, realçou.

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