A conclusão do Hays Global Skills Index 2016, estudo da empresa de recursos humanos Hays, em colaboração com a Oxford Economics, vem ao encontro da ideia muitas vezes defendida por alguns empregadores de que “querem mas não encontram o que precisam”.
Apesar da elevada tensão que o “desajuste de competências” está a gerar no mercado, a classificação global de Portugal neste relatório melhorou ligeiramente em relação ao ano anterior.
Portugal não está sozinho neste desequilíbrio. Segundo o estudo, a escassez de competências no mercado de trabalho europeu piorou pelo quinto ano consecutivo e está “a ameaçar o crescimento dos negócios, bem como a colocar em risco a produtividade”.
À medida que a escassez de competências aumenta na Europa, a pressão começa a estender-se também ao mercado laboral de países como a Ásia, China e Índia. Do outro lado do mundo, os EUA têm igualmente de lidar com níveis de desajuste de talento muito elevados, enquanto na América Central e do Sul aumenta o desemprego e as vagas disponíveis.
Há, no entanto, países que estão a ser bem sucedidos no combate a este desequilíbrio. O Japão, onde o Governo introduziu novas políticas destinadas a impulsionar o número de colaboradoras do sexo feminino e de imigrantes qualificados é apontado como um exemplo. A Bélgica é dada como outro exemplo de um país onde “algumas reformas estruturais estão a ajudar a melhorar o mercado de trabalho de um modo geral”.
A Hays destaca o facto de o mundo poder estar perante uma mudança no atual panorama de escassez de competências. “O rápido aumento da robótica e automação poderá ajudar a aliviar a escassez de competências global, permitindo aos profissionais dedicar-se a mão de obra mais qualificada”, sublinha o estudo.