Portugal quer antecipar em quatro anos a meta de 80% de energias renováveis na produção de eletricidade em Portugal.
“O Governo assume o objetivo de: aumentar, até 2026, para 80% o peso das energias renováveis na produção de eletricidade, antecipando em quatro anos a meta estabelecida”, pode-se ler no programa do Governo divulgado esta sexta-feira, 1 de abril.
E como alcançar esta meta? O executivo compromete-se a “apostar na produção renovável offshore, consolidando e alargando o cluster industrial associado ao setor eólico”.
Depois, pretende “aumentar a capacidade de produção de energia solar em pelo menos 2 gigawats nos
próximos dois anos, dando continuidade aos leilões para novas centrais e à promoção e facilitação do autoconsumo e da criação de comunidades de energia”.
Ao mesmo tempo, tem a intenção de “reforçar a capacidade de produção elétrica dos parques eólicos existentes e fomentar sistemas híbridos, reduzindo a necessidade de construção de novas infraestruturas”.
Ao mesmo tempo, o executivo de António Costa garante que quer “reduzir, no horizonte de 2030, 55 % as emissões dos GEE”, e também “aumentar para 47 % o peso das energias renováveis no consumo final bruto de energia, no horizonte de 2030”, assim como “reduzir, até 2030, 40% das emissões do setor dos transportes e mobilidade”.
No documento, o executivo também destaca que o “peso das energias renováveis na produção de eletricidade é de 58%, mais 5 pontos do que em 2015 (em 2010 era de 41%)”.
E que Portugal “bateu recordes mundiais nos leilões de energia solar, e será possível antecipar em 5 anos o cumprimento das metas estabelecidas no Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (objetivos de penetração de renováveis previstos para 2030)”.
Olhando para o carvão destacou que “em 2015, as emissões das centrais a carvão chegaram a representar cerca de 28% das emissões nacionais. Em 2020, estas emissões já se tinham reduzido em 83%, passando a representar menos de 1% das emissões nacionais. Finalmente, Portugal antecipou para 2021 o fim da produção de energia a partir do carvão, encerrando as duas centrais ainda em funcionamento. Somos o 4.º país da UE a abandonar o carvão (Áustria, Bélgica e Suécia também o fizeram)”.
Recorde-se que em 2017, o Governo de Costa anunciou que o país iria abandonar o carvão até 2030, mas a meta foi alcançada nove anos antes, no final de 2021, depois do encerramento das centrais de Sines e do Pego.