Portugal ocupa a 24ª posição no Ranking Mundial de Talento do IMD World Competitiveness Center 2022, registando uma subida de duas posições face ao ano anterior, o que marca uma inversão de tendência face à queda que vinha registando desde 2018, ano em que obteve o melhor resultado de sempre, o 17.º lugar.
Os resultados, divulgados, esta quinta-feira, 8 de dezembro, revelam que Portugal regista uma subida de duas posições face ao ano anterior e os resultados ficam marcados pelo crescimento do país nos fatores “Investimento & Desenvolvimento” e “Preparação”.
Elaborado pela escola de negócios IMD, o ranking conta na sua elaboração a nível nacional com a Porto Business School como parceira exclusiva.
Na liderança das economias mais competitivas em talento a nível mundial num grupo de 63 países analisados surge a Suíça, seguida pela Suécia e pela Islândia.
No que diz respeito ao “I&D” (Investigação e Desenvolvimento), Portugal subiu três posições comparativamente a 2021, passando de 25.º para 22.º, devido ao desempenho positivo dos critérios 1) rácio alunos/professor na educação primária e 2) rácio de alunos/professor na educação secundária.
A participação feminina na força de trabalho (49,7%) surge, também, como um dos principais destaques. Em contrapartida, a formação dos colaboradores constitui a maior fraqueza. Neste fator, Portugal ocupa o lugar 61 em 65.
Ainda como ponto positivo, destaque para a “Preparação”, tendo, aqui, o país registado uma subida de seis posições, subindo de 25º para o 19º, justificada pelo desempenho positivo do critério de competências linguísticas. Apesar da subida na posição geral, Portugal regista uma descida de 10 lugares no fator “Atratividade”, posicionando-se, agora, no 40º lugar. Esta posição é fundamentado pelo desempenho dos critérios de atração e retenção de talento, o índice de motivação dos colaboradores, a fuga de talento e a perceção de justiça, que registam um baixo desempenho.
Ramon O’Callaghan, dean da Porto Business School, considera que, segundo os dados, “a atração e a retenção de talento, a motivação dos colaboradores e a fuga de talento devem merecer a atenção dos líderes e dos gestores das empresas. Mais do que atrair talento, o desafio de Portugal é ser capaz de retê-lo. O salário e os benefícios são um fator importante na tomada de decisão dos profissionais, mas não o único”.
Acrescenta: “É importante apresentar e integrar os profissionais em projetos mais atrativos e investir na conversão e reconversão de talentos, através de investimento na formação e desenvolvimento das pessoas. É também importante desenhar modelos de trabalho que promovam a flexibilidade, que implica uma maior responsabilidade na gestão do trabalho e um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”.
Países europeus dominam Top 10 do Talento mundial
O ranking 2022 do IMD monstra que as economias europeias continuam a fortalecer a sua posição de liderança e de domínio do Top 10, à semelhança do que aconteceu em 2021. Destaque, no entanto, para o Peru, que foi o país que mais cresceu, escalando 16 lugares. Seguiu-se a República Checa e a Arábia Saudita, que subiram oito posições/cada, e a Croácia, que subiu sete posições.
A Suíça manteve o primeiro lugar do ranking, consolidando a liderança alcançada nas últimas sete edições e que resulta do desempenho sustentado nos fatores em avaliação: “Investimento & Desenvolvimento” (1º), “Atratividade” (1º) e “Preparação” (em que subiu do 3º para o 2º lugar). Refira-se, aqui, que a Suíça se destaca pelo elevado grau de aprendizagem, força laboral estrangeira altamente qualificada, remuneração significativa de gestores e profissionais de serviços, bem como pela experiência internacional.
A Suécia, por sua vez, mantém a segunda posição do ranking, resultado das melhorias no desempenho em “Atratividade” – subiu do 3º para o 2º lugar -, apesar do decréscimo na “Preparação”, em que desceu de 4º para o 6º. Neste caso, o desempenho tem como base a qualidade da educação e qualificação, que não dificulta a competitividade na economia, a diminuta exposição à poluição de partículas, a abundância de gestores superiores altamente qualificados e a experiência internacional, a par das competências linguísticas.
A Islândia completa o pódio ao subir três posições, suportada pelo “Investimento & Desenvolvimento” (4º lugar), “Atratividade”, em que passou do 10º para o 8º lugar, e “Preparação” (da 17ª posição para a 13ª). A performance positiva assenta, neste caso, nos índices de experiência pública na educação por aluno, na elevada qualidade de vida, na remuneração dos profissionais de serviços, bem como nas competências laborais e financeiras demonstradas. A subida deste país surge em detrimento do Luxemburgo, que deixa, assim, o terceiro lugar, descendo quatro posições, fixando-se no sétimo posto, muito devido ao imposto sobre o rendimento pessoal cobrado.