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Portugal tem 48 mil doentes com esquizofrenia que custam 436 milhões de euros anuais

O estudo “O custo e a carga da esquizofrenia em Portugal” foi realizado por uma equipa desta unidade por este centro da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e pela Católica Lisbon School of Business and Economic que procurou estimar os custos e a carga da esquizofrenia para 2015.
24 Janeiro 2018, 07h53

Portugal tem 48 mil doentes com esquizofrenia, dos quais 7.000 sem acompanhamento médico, e os custos com esta doença atingem os 436,3 milhões de euros anuais, segundo um estudo do Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e do Centro de Estudos Aplicados, da Católica Lisbon School of Business and Economics.

“O custo e a carga da esquizofrenia em Portugal” foi realizado por uma equipa desta unidade por este centro da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa que procurou estimar os custos e a carga da esquizofrenia para 2015.

As conclusões da investigação serão publicadas no formato de artigo na revista “International Journal of Clinical Neurosciences and Mental Health”, distribuída no XIII Congresso Nacional Psiquiatria, que decorre entre quinta-feira e sábado, no Algarve.

O estudo concluiu que a prevalência da esquizofrenia em Portugal “será de cerca de 48 mil doentes, sendo que o número de doentes seguidos pelo sistema de saúde (público e privado) deverá estar na ordem dos 41 mil doentes”.

Os autores apuraram que, em 2015, perderam-se 28.588 anos de vida por incapacidade (indicador DALY, que leva em conta a mortalidade e a morbilidade).

Destes 28.588 DALY perdidos, 84% foram por incapacidade e 16% por mortalidade prematura.

Em relação ao custo total desta perturbação mental complexa e grave, a investigação contabilizou 436,3 milhões de euros, ou seja, 0,24% do Produto Interno Bruto (PIB).

Os custos diretos – internamento, reabilitação, ambulatório, hospital de dia ou medicamentos – da esquizofrenia foram de 96,1 milhões de euros (0,6% de todas as despesas de saúde em 2015).

A estes acrescem custos indiretos dos doentes (absenteísmo, não participação no mercado de trabalho, produtividade reduzida) no valor de 331 milhões de euros e de 9,3 milhões de euros pelos cuidadores, num total de 340,3 milhões de euros, lê-se nas conclusões do estudo.

“Ao contrário do que é típico encontrar-se noutras doenças, no caso da esquizofrenia os custos indiretos são responsáveis por mais de metade dos custos totais, mais precisamente por cerca de 78% destes custos”, prossegue a investigação.

Em 2015, estima-se se que se tenham perdido cerca de 25 mil anos de vida por incapacidade por esquizofrenia, que corresponde ao número de anos com menor qualidade de vida devido à doença, decorrentes das limitações que podem gerar.

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