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Portugal tem a maior taxa de encomendas online transfronteiriças

China, Espanha e Reino Unido são os principais países de origem das compras ‘online’ realizadas pelos consumidores residentes em território nacional. A proporção das compras ‘online’ transfronteiriças realizadas em operadores chineses, em particular, evoluiu de 32% em 2016 para 45% em 2018, conclui um estudo realizado pela Deloitte para a APED e apresentado hoje em Lisboa.
4 Fevereiro 2020, 12h48

Portugal tem a mais alta proporção de encomendas ‘online’ transfronteiriças no conjunto dos países da União Europeia (UE), com uma taxa de 85%, concluiu um estudo elaborado pela Deloitte para a APED – Associação Portuguesa das Empresas de distribuição, sobre o comércio eletrónico no nosso país, que foi hoje, dia 4 de fevereiro, apresentado no hotel Pestana Palace, em Lisboa.

“China, Espanha e Reino Unido são os principais países de origem das compras ‘online’ realizadas pelos consumidores residentes em território nacional. A proporção das compras ‘online’ transfronteiriças realizadas em operadores chineses, em particular, evoluiu de 32% em 2016 para 45% em 2018”, destaca o referido estudo.

Pedro Miguel Silva, da Deloitte, salientou que estes dados “devem-nos deixar um alerta para a competitividade dos operadores baseados em Portugal”.

Esta grande ‘abertura’ dos consumidores portugueses a plataformas de vendas ‘online’ do exterior contrasta com o facto de Portugal esta mal posicionado no conjunto dos países comunitários no que respeita a pessoas que acedem a serviços ‘online’ – 75%, 12 pontos percentuais abaixo da média europeia – e que compram ‘online’ – 37%, 23 pontos percentuais abaixo de média da UE.

De acordo com as conclusões do estudo da Deloitte, em 2018, três quartos da população portuguesa acedeu à internet. Apesar de este valor representar uma duplicação face a 2007, coloca Portugal como o quarto país da UE com a utilização mais baixa da internet.

Além disso, em 2018, apenas cerca de quatro em dez portugueses tinham efetuado uma compra ‘online’, o 7º valor mais baixo dos países da UE a 28, ou seja, ainda incluindo o Reino Unido.

Outro fator distintivo do segmento de ‘e-commerce’ em Portugal, ocorre ao nível dos meios de pagamento, em que os consumidores portugueses que compram ‘online’ preferem a referência Multibanco, quando nos restantes países comunitários as opções são mais diversificadas: cartões, de crédito e de débito, MB Way, MB Net, Pay Pal e outros meios de pagamento.

“Somos ainda um mercado emergente, principalmente em certas categorias, em termos de ‘e-commerce'”, sintetizou Pedro Miguel Silva, destacando que existem vários constrangimentos ao desenvolvimento do setor em Portugal.

“Para além dos domínios legal e fiscal, identificam-se constrangimentos que afetam a competitividade, como a exposição ao mercado internacional, a complexidade do quadro regulatório, a baixa literacia digital e financeira do consumidor e a dispersão das autoridades regulatórias”, resumiu este ‘associate partner’ da Deloitte.

 

 

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