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“Portugal tem de saber aproveitar o facto de ser membro do banco de desenvolvimento da Ásia”

Profabril está em Macau desde 1978, trabalhando nos grandes projetos de infraestruturas que mudaram a face do território nas últimas décadas. Aos empresários portugueses, o presidente da empresa aconselha a aproveitarem o potencial do Sudeste Asiático.
31 Março 2017, 09h40

As empresas portuguesas devem aproveitar Macau como ponto de partida para descobrirem oportunidades de investimento e de crescimento na Ásia, disse ao Jornal Económico o presidente do grupo Profabril, Ilídio Serôdio. “Portugal devia aproveitar mais o facto de fazer parte do Asian Development Bank. Somos sócios e não aproveitamos nada”, defendeu o empresário, em declarações ao Jornal Económico à margem da décima edição do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação de Macau (MIECF), que decorre até amanhã no hotel-casino Venetian, em Macau.

Ilídio Serôdio frisou que os países da comunidade do Sudeste Asiático (ASEAN) “têm muito para fazer” e que as empresas portuguesas devem estar atentas.

A Profabril e outras empresas do grupo, como a Asia Consulting, estão em Macau desde 1978, tendo trabalhado nos grandes projetos de infraestruturas da região, como a construção do aeroporto, dos terminais marítimos, de ‘light rail’ e de habitação social. “Neste momento temos 100 pessoas em Macau e 200 em Portugal. Mas facturamos mais aqui”, disse Ilídio Serôdio, acrescentando que a Profabril trabalha sobretudo com o governo de Macau em grandes projetos de infraestruturas, mas também tem tido alguns projetos no casinos que são detidos por grupos americanos.

Aos empresários portugueses, Ilídio Serôdio aconselha a procurarem oportunidades à volta de Macau. “Venham conhecer aqui à volta (…). Nós estamos na Indonésia, por exemplo, que é um país gigantesco, com 260 milhões de pessoas”, disse, acrescentando que existem entidades internacionais de que Portugal é membro e que abrem portas aos grupos portugueses nesta região do globo.

Be Water: Empresa portuguesa detida por chineses quer crescer na Lusofonia

Outra empresa que marca presença no MIECF 2017 é a Be Water. Em 2013, esta empresa de tratamento de águas portuguesa foi comprada pelo Beijing Enterprises Water Group.

“Esta empresa é portuguesa, sempre teve capital estrangeiro, francês inicialmente e agora chinês desde 2013. Estamos aqui pela relação que existe com o grupo e com Macau”, disse Isabel Ricardo, diretora de Projetos e Inovação da Be Water.

“Macau hoje em dia tem também uma operação de uma instalação de tratamento de águas residuais do grupo – a partir da China – e daí o facto de estarmos aqui. O objectivo é mostrar que existe uma empresa portuguesa, estabelecida em Portugal, com uma experiência relevante e que pode exportar para outros países, nomeadamente para os de língua portuguesa”, salientou a responsável.

“O nosso objetivo é abrir portas em Angola, Moçambique, Cabo Verde e esse tipo de países que têm muito para fazer no setor da água e onde temos experiência para o fazer”, concluiu.

O jornalista viajou a convite da Associação de Jovens Empresários Portugal China (AJEPC) e da organização do MIECF 2017

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