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Portugal trouxe mais de mil milhões da Europa para a investigação

O Horizonte 2020 aprovou até agora 2.180 projetos nacionais e regista uma taxa de sucesso superior à média da União Europeia. Centros de investigação e instituições de ensino superior lideram financiamento captado. PME garantem 16,7% das verbas.
27 Agosto 2020, 18h00

Empresas, centros de investigação e instituições de ensino superior, em conjunto, captaram, até à data, 1.020 milhões de euros de financiamento em projetos de Investigação & Inovação (I&I) no âmbito do Horizonte 2020 (H2020), ultrapassando a meta dos mil milhões estabelecida pelo Governo, numa altura em que o programa ainda não encerrou.

Os dados foram divulgados esta quinta-feira pela Agência Nacional de Inovação (ANI), segundo a qual os centros de investigação e instituições de ensino superior lideram financiamento captado e as pequenas e médias empresas (PME) garantem 16,7% das verbas.

O Programa-Quadro H2020, que promove e apoia a participação de empresas e instituições de investigação em projetos de I&I europeus aprovou até agora 2.180 dos 15.201 projetos portugueses apresentados, o que resulta numa taxa de sucesso de 14,3%, superior à média da União Europeia, que é de 12,9%.

No seu último ano de vida, o H2020 tem a concurso cerca de 11 mil milhões de euros, alguns ainda abertos nos próximos meses. É o caso do concurso adicional de apoio ao Green Deal (Pacto Ecológico Europeu), que fecha em setembro de 2020. Esta ‘Call’ tem um orçamento estimado de 938 milhões de euros, podendo as  entidades portuguesas aí “conseguir captar mais de duas dezenas de milhões de euros”.

Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, as verbas captadas por Portugal “correspondem a uma taxa de retorno do financiamento nacional de 1,66%, valor superior à meta do cenário mais otimista de 1,50% fixada no início deste Programa-Quadro”. E permitem a Portugal alicerçar “o objetivo de duplicar a participação nacional em programas competitivos europeus no próximo Programa Quadro Horizonte Europa, vai vigorar entre 2021-2027.

Criado para tornar a Europa a economia mais competitiva do mundo, o H2020, dispôs de um orçamento global de 77 mil milhões de euros, entre 2014-2020, o que faz dele o segundo maior programa da Comissão Europeia em termos orçamentais depois da Política Agrícola Comum (PAC).

Centro de investigação lideram, mas PME captam 16,7% do total

Em Portugal, de acordo com a ANI, os centros de investigação foram os principais beneficiários do H2020, captando 37,1% do financiamento europeu. As instituições de ensino superior representaram 26,7%, enquanto às PME e às grandes empresas couberam, respetivamente, 16,7% e 10,3%. O restante foi destinado a instituições públicas, associações.

As bolsas individuais de investigação “Marie Curie” foram a iniciativa a que mais entidades nacionais concorreram, num total de 3 mil propostas em seis anos. Estas bolsas apoiam a mobilidade dos investigadores dentro e fora da Europa, contribuindo para atrair os melhores cérebros estrangeiros a trabalharem na UE em todos os domínios da ciência. Seguem-se as iniciativas “Instrumento PME”, pacote de financiamento destinado às PME, com 1.729 propostas apresentadas por empresas portigiesas, e as “TIC”, que foram alvo de 1.444 candidaturas nacionais. No que toca a financiamento, o European Research Council e o Widening (programa destinado a melhorar a capacidade dos sistemas científicos nacionais com desempenho inferior a 70% da média europeia) captaram 135 milhões e 100 milhões, respetivamente.

Nos sete anos de vigência do H2020, destaca-se a participação de 522 empresas portuguesas, das quais, 316 são PME. No total entre pequenas e média e grandes empresas foram responsáveis pela captação de 27% do total do financiamento europeu durante 2014-2020, um número que está em linha com a média europeia. De destacar ainda o papel das PME, cuja participação reteve 62% do orçamento total obtido pelo sector privado.

No ‘top 10’ das áreas que mais fundos captaram destacam-se as tecnologias da informação e comunicação, energia, bio economia, transportes, ação climática, segurança, saúde e espaço.

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