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Portugal/Angola: Na corrida para o futuro, falta saldar dívidas do passado

O efeito cambial e as dificuldades da economia angolana poderão atrasar o pagamento das dívidas de Luanda às construtoras portuguesas. No primeiro dia da visita, o tema ficou de fora dos discursos.
23 Novembro 2018, 12h15

João Lourenço foi claro no primeiro dia da visita a Portugal. O presidente angolano disse que veio “falar do presente e do futuro”_e nas duas intervenções públicas sublinhou o renovar da relação, abriu novas portas ao investimento português e esta sexta-feira irá assinar uma dúzia de acordos. Apesar do tom positivo, há um tema do passado que continua em cima da mesa das negociações – as dívidas do Estado angolano às empresas portuguesas referentes a contratos maioritariamente firmados entre 2014 e 2016 – e sobre a qual nem uma palavra foi mencionada ontem.

Eurico Brilhante Dias, secretário de Estado da Internacionalização, referiu ao Jornal Económico que a visita de António Costa a Luanda em setembro resultou em avanços nesta matéria. “Foi possível dar passos sólidos, anunciados pelo próprio ministro das finanças de Angola, da certificação de dívida das empresas portuguesas, fundamentalmente da construção civil, que têm um conjunto de contratos em moeda local, em kwanzas”, acrescentou.

A 18 de novembro, o governante angolano Archer de Mangueira revelou que Luanda já certificou dívidas no valor global de cerca de 94 mil milhões de kwanzas, ou seja, perto de 200 milhões de euros. Dos montantes apurados, cerca de 40% já foram regularizados.

Brilhante Dias explicou que prefere ser conservador em relação ao valor total das dívidas em atraso, porque o processo de certificação ainda não está concluído. “Há sinais muito positivos que foram avançados, há empresas portuguesas que têm aproximações ou que reclamam com aproximações que não são exatamente iguais e isso implica todo um processo de certificação que nos deve afastar da identificação de um número já à partida, porque isso nos obriga a misturar alhos com bugalhos e isso não queremos fazer”, frisou.

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