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Portugueses recorrem a financiamento bancário para comprar casa, mas não olham para indicadores decisivos

A prioridade dada ao spread por 42,6% dos inquiridos, em detrimento de “indicadores como a TAEG e o MTIC que permitem ter uma noção mais global dos custos do crédito habitação”, é destacada pela UCI.
28 Março 2022, 20h30

Um estudo da UCI (Unión de Créditos Inmobiliarios) revela que a esmagadora maioria (77,5%) dos portugueses que compraram casa nos últimos três anos recorreram a um financiamento bancário para o efeito, sendo que 42,6% apontam o spread como um dos indicadores decisivos na escolha da proposta de crédito habitação, negligenciando outros mais importantes.

“Indicadores como a TAEG e o MTIC que permitem ter uma noção mais global dos custos do crédito habitação, foram apenas mencionados por 19,3% e 11,6% dos inquiridos”, frisa o comunicado enviado às redações, esta segunda-feira.

Na hora de procurar financiamento, 85,2% consultaram o seu banco habitual e 52,9% contrataram outros produtos bancários para melhorar as condições de crédito habitação. Para pagar a entrada, 69,2% recorreram às suas poupanças.

A eficiência energética não é prioridade no processo de escolha da casa. Essa decisão é feita com base na localização (50,1%) — determinada em função da existência de espaços verdes (51,8%), proximidade de comércio (31,9%) e de serviços (30,1%). Em segundo lugar, surge o preço (42,2%) e depois a área (40,7%). Só 12,8% dos inquiridos referem a eficiência energética.

Na verdade, “87,8% dos inquiridos não sabem qual a classificação energética da sua casa, apesar de 35,2% estariam dispostos a realizar obras para melhoria da eficiência energética. A motivação principal prende-se com a redução das despesas mensais de energia”, informa a nota.

O estudo Casa_PT, realizado em parceria com a Universidade Católica Portuguesa, revela ainda que o aumento do agregado familiar é o fator mais importante na hora de procurar nova casa, para 21,6% dos inquiridos que compraram casa há menos de três anos. Segue-se a preferência por outro bairro ou localidade (18,7), mudança do estilo de vida (13,1%), fatores económicos (11,7%) e o casamento (10%).

Uma vez tomada a decisão de mudar de casa, 42% dos inquiridos encontraram uma nova casa em menos de seis meses, e apenas 23,9% demoraram mais de 1 ano. Quase metade (47%) recorreu a agências imobiliárias para encontrar casa. As pesquisas na internet foram um forte apoio na procura, com 42,4% dos inquiridos a mencioná-las.

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