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Pós-Brexit. Principal negociador da UE acredita que acordo entre Londres e Bruxelas “ainda é possível”

“Vamos dar todas as oportunidades a este acordo, que ainda é possível”, afirmou Barnier esta segunda-feira, citado pela Reuters. O negociador da UE acredita que Bruxelas e Londres ainda podem chegar a “um acordo equilibrado e bom”.
  • União Europeia
14 Dezembro 2020, 10h37

O principal negociador da União Europeia (UE) para o Brexit, Michel Barnier, acredita que ainda é possível chegar a um entendimento com o Reino Unido para a futura relação comercial entre os dois blocos, antes do fim do período de transição.

“Vamos dar todas as oportunidades a este acordo, que ainda é possível”, afirmou Barnier esta segunda-feira, citado pela Reuters, antes de reunir com os 27 embaixadores dos Estados-membros e com eurodeputados para explicar o estado das negociações. O negociador da UE acredita que Bruxelas e Londres ainda podem chegar a “um acordo equilibrado e bom”.

Segundo Barnier, há dois temas que estão travar um acordo, nomeadamente, questões de concorrência e o acesso aos mercados e zonas marítimas. “É nesses pontos que não encontramos o equilíbrio certo com os britânicos. Mas, continuamos a trabalhar para um acordo”, acrescentou.

No Twitter, Barnier escreveu que a União Europeia e o Reino Unido têm a responsabilidade de “dar às negociações todas as hipóteses de sucesso”.

“Nunca antes um acordo tão abrangente (comércio, energia, pescas, transportes, cooperação policial e judiciária, etc.) foi negociado com tanta transparência e em tão pouco tempo. Se é para ter um acordo entre a UE e o Reino Unido pronto no dia 1 de janeiro de 2021, os próximos dias são importantes. Concorrência, uma solução sustentável para os nossos pescadores e pescadoras são a chave para um entendimento”, escreveu.

A 17 dias do fim do período de transição ainda não existe um acordo comercial entre o Reino Unido e a União Europeia para a relação futura entre os dois blocos. Desde março que as delegação britânica, liderada por David Frost, e a delegação de Bruxelas, liderada por Michel Barnier, têm tido sucessivas reuniões. Contudo, infrutíferas.

No dia 9 de dezembro, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deslocou-se a Bruxelas para um jantar de trabalho com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Ambos definiram o dia 13 (domingo) como data-limite para uma decisão sobre as negociações.

Ontem, ambas as delegações decidiram prolongar as negociações por mais uns dias. A decisão foi tomada após uma nova conversa telefónica entre a a presidente da Comissão Europeia e o primeiro-ministro britânico.

Apesar de novo prolongamento, as negociações não podem estender-se por mais do que alguns dias, já que o acordo do Brexit definiu um período de transição até ao dia 31 de dezembro. Ou seja, um eventual acordo entre os dois blocos tem de ser definido, aprovado e ratificado até ao dia 31 de dezembro, no Parlamento Europeu. Isto, para entrar em vigor no dia 1 de janeiro de 2021.

O Reino Unido abandonou saiu da UE no dia 31 de janeiro. Mas até ao fim do período de transição, o Reino Unido mantém o acesso às mesmas condições que um Estado-membro.

Na ausência de um acordo, a futura relação entre Reino Unido e UE será definida pelas regras da Organização Mundial do Comércio e com a aplicação de vários controlos alfandegários e regulatórios.

Perante o cenário de um entendimento não ser possível antes de dia 31 de dezembro, ambos os blocos preparam-se para o cenário de no deal. No dia 10 de dezembro, a Comissão Europeia publicou um plano de contingência para que não sejam interrompidas a circulação rodoviária, o tráfego aéreo e as atividades de pesca. Já os britânicos deram ordens à Marinha para ficar a postos para proteger as águas de pesca do Reino Unido se não houver acordo com a UE.

[Informação atualizada com a publicação de Barnier no Twitter]

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