Em ano de crise pandémica, Portugal entrou no top 10 dos países mais atrativos para Investimento Direto Estrangeiro (IDE), de acordo com o EY Attractiveness Survey Portugal 2021, estudo que anualmente avalia a perceção dos investidores estrangeiros relativamente à atratividade do País enquanto destino de investimento estrangeiro

Em 2020, deram entrada 154 projetos de IDE no mercado português, sendo que 70% com fundos originários da Europa e 30% vindos do resto do mundo, o que significa que Portugal recebeu uma fatia de 3% do total de projetos investimento estrangeiro anunciado para a Europa.

O ano passado foi o período em que França, Reino Unido e Alemanha foram, pela primeira vez, as economias da União Europeia mais atrativas para os investidores estrangeiros, ainda que a turbulência e as incertezas causadas pela pandemia da Covid-19 tenham feito cair os projetos IDE atraídos pelos países europeus em 13% face ao ano anterior.

Mas se a pandemia resultou num arrefecimento do IDE, acelerou a revolução digital e Portugal pode desempenhar um papel relevante neste novo ecossistema. Além de as áreas digitais e tecnológicas, que já representarem um terço dos projetos de IDE captados no ano passado, Portugal parece estar no caminho certo para atrair futuros investimentos nestas dimensões áreas, uma vez que 45% dos investidores consideram que a economia digital será o principal sector a impulsionar o crescimento do País nos próximos anos.

Para potenciar um hub digital em Portugal, temos de investir continuamente neste ecossistema de inovação. Só assim se consegue atrair, desenvolver e reter empresas e talentos.

E é precisamente no setor do Digital que mais IDE se verificou em 2020. Lisboa e o Norte de Portugal continuaram a ser as regiões que mais atraem investimento estrangeiro, totalizando 80% dos projetos anunciados no ano passado. Lisboa posiciona-se como a região mais atrativa, registando um total de 68 projetos (62 em 2019), sobretudo nos setores do Digital e dos Serviços Empresariais, seguindo-se o Norte do País com 55 projetos de investimento angariados para a região (51 anunciados em 2019), principalmente nos setores do Digital e de Fabricação Manufatura e Fornecimento de Equipamentos de Transporte.

Olhando para estes números, Portugal não se pode se dar ao luxo de confiar apenas nos fatores que tradicionalmente o tornam apelativo. A inovação, a transparência e as competências da sua força de trabalho devem ser motores de uma estratégia de longo prazo.

Desta forma, é fundamental que Portugal tenha uma estratégia clara e consistente no sentido de fomentar e promover um ecossistema inovador, uma economia diversificada, num ambiente regulatório claro e favorável para as empresas.