A poupança dos portugueses subiu de 7,4% para 14,2% num ano marcado pela crise pandémica. A conclusão é da Deco Proteste, organização de defesa do consumidor, que simultaneamente alerta que a maioria está em depósitos à ordem ou a prazo e por isso não está a ser rentabilizada.
António Ribeiro, economista da Deco, diz em comunicado que “neste ano e meio de pandemia, a poupança cresceu, mas a aplicação da mesma deixa muito a desejar e a maior parte das famílias verá o seu dinheiro perder valor real, especialmente os que deixarem o dinheiro adormecido nas contas bancárias”.
A Deco revela que a procura por depósitos a prazo e à ordem está a ser superior ao período pré-pandemia, “ascendendo aos 169.299 milhões de euros em agosto de 2021, face a 150.057 milhões de euros em dezembro de 2019”.
O investimento em certificados de aforro teve um aumento igualmente considerável passando de 12.020 milhões de euros em período pré-pandemia para 12.363 em agosto de 2021, revela a Deco que acrescenta que o crescimento foi também notório nos Certificados do Tesouro, “com uma subida de 17.049 milhões para 17.788 milhões de euros”.
Já os Fundos de Investimento foram a opção com aposta mais significativa, passando de 12.995 para 17.673 milhões de euros em julho de 2021.
No entanto, e tendo em conta a análise realizada aos depósitos a prazo e à ordem, a Deco alerta para o baixo rendimento destas aplicações (0,06% é a taxa líquida média de um depósito a 12 meses, mas em várias instituições as taxas são mesmo de 0%). Outro dos problemas atuais é a subida da taxa de inflação, gerando perdas reais no valor das poupanças (0,7% prevista para este ano, mas 0,9% para 2022).
“Foi com o intuito de ajudar as famílias, que desenvolvemos esta solução de poupança para um montante limitado por pessoa de forma a chegar a um maior número de aforradores, já que existe um plafond definido pela seguradora. É preciso lembrar que, apesar da taxa de poupança ter aumentado, continuamos com níveis muito inferiores aos da zona euro, cuja média atingiu 21,5% no primeiro trimestre deste ano. Por outro lado receamos que, com o passar da pandemia, os níveis de poupança em Portugal regressem aos baixos valores de antes”, revela António Ribeiro, economista da Deco.
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